quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

FOI POR ACASO?


Sempre que andamos mais desanimados, tentamos refugiar-nos nalguma coisa. Não me venham cá com histórias...
Seja na família, nos amigos, no trabalho, em crenças ou mais recentemente na internet, ou ainda em qualquer vício menos bom (jogo, bebida, drogas, etc.), queremos arranjar um abrigo.
Portanto, eu não sou excepção. 


Ok, tenho dois filhos lindos (pelo menos para mim), um deles pré-adolescente já a querer "pular a cerca" e o outro armado em "popular" por causa das namoradas. Começou com a menina que já falei aqui, mas entretanto, ao que parece, é bastante solicitado lá na escola e ao que sei já vai na terceira menina, no espaço de 3 meses...

Ok, tenho a minha mãe. E não é que depois da morte do meu pai ela se tornou mais cúmplice desta (única) filha e que a nossa relação está a melhorar?
Ok, isso é bom, sim.

Mas à parte disso, para além da morte do meu pai que me deu um valente "safanão", eu não tenho trabalho fixo. E isso, é algo que me leva ou que nos leva a pensar demais. E depois, este tempinho "género Londres", ao nível da meteorologia, também não ajuda nada.

E então? Onde me vou refugiar?
Sim, na família e nos amigos. 
Mas eles não estão sempre presentes. Cada um tem a sua vida. 
E além disso, há coisas que não posso nem devo falar com os meus filhos. 
Há outras coisas que não consigo falar com a minha mãe e mesmo com os amigos, acho que toda a gente sabe como é: cada um é diferente e nem sempre falamos as mesmas coisas com todos eles. Tem a ver com a proximidade, afinidade, experiências de vida e uma série de outros factores.
Curiosamente as minhas amigas mais chegadas não têm filhos, portanto acerca disso não as vou massacrar. Embora fale com elas sobre os meus miúdos claro, há coisas que só mesmo uma outra mãe vai entender.
Naturalmente também tenho amigas e amigos com filhos e recentemente um deles até me deu alguma ajuda no que respeita a conselhos. Acabou mesmo por me ajudar, porque as suas ideias iam ao encontro daquilo que eu estava a pensar e foi muito bom saber que afinal, eu não devia estar a raciocinar muito mal e que não sou a única a pensar da mesma forma em relação à educação dos meus filhos.

Depois, certos problemas (quer dizer, situações) com que ainda me deparo hoje por causa de situações passadas, eu só consigo falar com outro amigo que já passou mais ou menos pelo mesmo ou com outros que ainda estão a passar.

O velho ditado "só quem passa por elas é que sabe", é bem verdadeiro.
Claro que "quem está de fora vê melhor", mas nem sempre as pessoas que nos rodeiam, conseguem dar-nos pistas ou conselhos acerca de determinadas situações. Às vezes nem precisam. Basta que nos oiçam. Mas a verdade é que quando alguém desabafa com outro alguém, a tendência é para o "ouvinte" mandar "bitaites". Todos nós o fazemos não é verdade?
Umas vezes acertamos, outras não...

A vida é feita disto, mas somos sempre nós próprios que escolhemos o nosso próprio caminho.
Eu no meu caso, posso dizer-vos que passei por várias fases. 
No início da minha vida de adulta, não acatava conselhos de ninguém. Nada. Acho que andei cerca de 10 anos nisto.
Foi mau? Foi.
"Nem tanto ao mar nem tanto à terra" e alguns conselhos eu devia ter seguido, outros... realmente não.

A certa altura, comecei a ouvir mais algumas pessoas e do 8 passei para o 80. Passei a "dar ouvidos" a toda a gente, na esperança que finalmente aquele fosse o caminho.

Mas entretanto, lá cheguei ao "meio termo", por isso agora oiço e escolho. Passo um filtro nos conselhos e sigo aqueles que acho serem realmente válidos para o meu caso.

Há uns anitos também comecei a acreditar que "nada acontece por acaso", mesmo que na altura não estejamos a ver o propósito de certas e determinadas coisas com que nos deparamos.
Esta é uma formula que me leva a conseguir ultrapassar tanta e tanta situação...
Bem... começou por ser uma fórmula, mas depois a cada passo que dava, comecei a chegar mesmo à conclusão que aquele lema é bastante verdadeiro.

E esta conversa vem a que propósito? Vem para explicar o que me aconteceu recentemente. 
Deixei de acreditar em qualquer tipo de Deus já há alguns anos. Deixei, pronto. Por causa daquela velha questão: "se Deus existe, então porque me acontece tanta coisa má?". Se não tenho inveja de ninguém, não desejo mal a ninguém porque é que isto me acontece? 
E foi preciso acontecer muita coisa, acreditem ( para quem não está a par...).

Eu fui criada dentro dos princípios da Igreja Católica, como muitos de nós. Não só andei na catequese e fiz a primeira comunhão, como também ia à missa regularmente. Sentia-me bem. 
Já em adulta, deixei de lá ir durante uns tempos.
Depois, quando os problemas maiores começaram a acontecer, tentei refugiar-me um pouco na Igreja. Passei a lá ir mais vezes mas ao fim de algum tempo desisti novamente. Nessa altura, já nem me sentia bem em lá ir. Já não saía de lá aliviada. E estava muito zangada com Deus.
Passei a acreditar noutra máxima que eu criei para mim: "Deus somos nós". Nós é que semeamos e colhemos o que nos acontece de bom ou de mau.
Mas até isto acabei por pôr em causa. Nem sempre há essa justiça, foi o que pensei.

Ok. Então, como diz o Pedro Ribeiro da Rádio Comercial: "o que é que sucede?"
Sucede que fui à missa no fim de semana passado. O meu pai fazia anos. A minha mãe informou-me que iria "mandar rezar uma missa" por alma do meu pai, e apesar de ela achar que eu não iria, eu fui. Apeteceu-me. Mesmo. Deu-me vontade de lá ir. Mas na mesma, ia um bocado "com o pé atrás". Apetecia-me lá ir mas nem sabia bem porquê. Ainda hoje não sei. 
O que sei é que voltei a sentir-me bem por lá. Gostei. Vi muitas crianças (mesmo muitas). Gostei do que vi e ouvi. Gostei do discurso do Padre. Eles nunca dão maus conselhos não é? Mas alguns fazem-nos recordar certas situações da vida e acabam por nos dar algum alento e mais força para o futuro. Se nos dermos ao trabalho de os ouvir, a verdade é esta.
Sejam bons ou maus, ali naquele momento, eles dão-nos palavras de conforto e também alguns conselhos que podemos escolher acompanhar.

E no seguimento da máxima "nada acontece por acaso", o que aconteceu? 
Bem... Nos últimos dois dias, vi dois filmes. Lendo a sinopse, nada dizia acerca da mensagem implícita neles. E afinal, a ideia subjacente nas duas películas, era nem mais nem menos, do que a crença em Deus. Que Ele existe, que o Mal também existe e que podemos escolher qual deles vamos acompanhar.
Ou seja... em três dias deparei-me com esta teoria. Em cada um dos dias.

Foi por acaso? Não pode ser só assim. 
A verdade é que inexplicavelmente estou a voltar a acreditar que tem de existir um Deus. A diferença deu-se apenas na minha cabeça. Agora já não acredito que Deus me vai poupar a todos os males do Mundo. Porque é mesmo assim. Afinal, o Mal também existe não é? O que eu tenho que fazer é escolher a forma como vou lidar com isso. 

E aqui está como agora eu aproveitei aquilo que acho mais adequado a mim: 
Deus pode realmente existir, mesmo que algo nos corra mal, mas somos nós que escolhemos contrariar, parar ou seguir em frente, por bons ou maus caminhos. Está na nossa mão. Está na nossa cabeça.



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