sexta-feira, 27 de setembro de 2013

FARMÁCIA RACISTA





O meu amigo Bruno Henriques fez-me lembrar uma história onde me vi envolvida há uns anos e que acho simplesmente repugnante...

Um dia, morava eu noutra localidade e o meu filho AR ficou doente. Estava cheio de febre e pintinhas pelo corpo, por isso desloquei-me ao Centro de Saúde da zona de residência. 


Infelizmente só havia um médico de serviço e que na altura em que eu cheguei, tinha ido jantar. Até aí tudo bem. O homem não tem culpa de o colocarem ali sozinho e caramba... também tem que se alimentar como toda a gente! 


Esperei e à hora marcada lá estava ele. Fui chamada e muito bem atendida. O AR estava com varicela e o médico explicou-me tudo e apesar de eu já ter tido a mesma experiência com o AM, o mais velho, ouvi com toda atenção e aprendi mais umas coisas sobre a doença. Entregou-me a receita, desejou as melhoras ao AR e eu desloquei-me à farmácia do outro lado da rua.


Quando chega a minha vez de ser atendida no dito estabelecimento comercial, apresento a receita. 
Mas eis senão quando, a farmacêutica fica a olhar para o papel (sabem aquele olhar do género...detective importante?) e diz:
- "Não lhe vou dar isto porque a receita está enganada."
- "Enganada? - perguntei. Esta era nova. Nunca tal tinha ouvido!!!...

- "Sim, enganada. Estes medicamentos estão mal." - disse a senhora.

- "Então mas como é que a senhora sabe?" - insisti.
- "É como lhe digo. Está errada e eu não lhe avio isto!" - responde.

Bem... saí da farmácia. E atenção: com uma criança de 4 anos doente.  

Lá atravessei a rua e voltei ao Centro de Saúde. Pedi então para falar novamente com o médico. Mais uma vez simpático, atendeu-me e eu expliquei-lhe o que tinha acabado de se passar.


O médico pega no telefone e eu começo a ouvir:
- "Olhe estou a ficar cansado disto. Vamos ver se não nos chateamos. Afinal quem é o médico? São vocês ou sou eu?"... " Esta senhora vai voltar aí e vocês vão vender aquilo que eu receitei. E espero que esta seja a última vez".

Sabem aquelas pessoas que estão zangadas mas o tom de voz não muda? Este médico era assim. Quem não estivesse a ouvir as suas palavras, pensaria que ele estava a ter uma conversa normalíssima.


Desligou

E eu ali...estupefacta com aquilo e sem perceber nada...
Foi então que ele me disse:
- "A senhora não é daqui pois não?"
- "Não" - respondi.
-"Então e não sabe qual é o problema?"
- "Não!"
- "Aqui não gostam de pretos e por isso aquelas pessoas têm feito de tudo para me humilhar e enervar a ver se me vou embora" - disse com toda a calma e simplicidade. 

Eu estava parva com aquilo. 

O médico entretanto, deu-me um cartão pessoal dele, com o número do seu telemóvel. Era chefe no Hospital de São José, em Lisboa. "Se houver alguma coisa esteja à vontade para me ligar, não tenha qualquer problema".

De volta à farmácia entregaram-me o que estava prescrito e mais nada disseram. Os medicamentos fizeram o efeito desejado e nada mais...


Não sei o que aconteceu depois. Felizmente não precisei de ir mais ao Centro de Saúde e passado uns tempos deixei aquela terra. 

Mas achei muito triste, em pleno século XXI, perto da capital do nosso país, assistir a uma cena destas e ainda me usarem como bola de ping-pong com uma criança doente nos braços.


Ao médico, desejo-lhe muito mais sorte do que aquilo que ali passou (espero mesmo que tenha saído dali para melhor) e desejo-lhe muitas felicidades. 


À senhora da farmácia... que lhe dêem um curso de boas maneiras e outro que lhe ensine que o racismo é mesmo muito feio. Ou que vá para a reforma e deixe trabalhar quem sabe...



P.S. - Bruno, não tem a ver com a tua "história" das comissões dos médicos ou farmacêuticos, mas não sei qual será a pior!!!

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O MELHOR DESPORTO...


Sabem???
Logo vou dançar Tango!!!

Bem... melhor dizendo... vou aprender!

Felizmente ainda há gente com coração. É isto que ADORO no jornalismo! Conhecemos tanta gente e de tantos "mundos" diferentes!!!... 
Se quisermos, claro. Nem todos gostam de sair da sua zona de conforto. 
Eu gosto. 
Gosto de aprender mais, conhecer mais, saber se ainda há gente boa, se ainda há gente positiva e bonita por dentro, e o que têm para dar! Não a mim, mas a todos. São essas pessoas que procuro.

Bruno O. ... não me vou esquecer da tua frase sobre os queixumes de alguns: " ai se soubesses a minha vida...e (afinal) só lhes falta uma capa no sapato..".

Posto isto, só tenho a agradecer ao Carlos Matias pela sua disponibilidade e simpatia! Excelente professor, profissional e dançarino. 
Ali esqueço-me de tudo!!! 

Para além da escrita e do jornalismo, o que me faz bem é ouvir música e dançar. 
Inexplicavelmente (para alguns), adoro quase todo o tipo de música. 

E nunca mais me vou esquecer de duas coisas que me disseram quando estive no meu momento mais crítico. 

A primeira... no meu carro: "Oh rapariga!!! Como é que te queres animar, se só ouves estas músicas tristes?"


Nunca mais. Pedi a outro amigo meu - aprendiz de DJ na altura: " arranja-me uns cd's com música alegre, que me ponha bem disposta!"

Escusado será dizer que o CD rodou tantas vezes naquele rádio, que ficou todo riscado. 

A segunda frase, veio de um homem da idade da minha mãe, numa primeira conversa... sem me conhecer: "A Ana não está bem. Sabe o que devia fazer? Ouvir muita música. Ouça música em casa, ponha o som alto e desfrute!"
Respondi prontamente: "E os vizinhos? Não posso!"
Ele: "Oh menina, deixe-se disso! Durante o dia e quando acorda pela manhã, ouça música e deixe lá os vizinhos! Deixe o medo e faça o que lhe digo".


Eu fiz
Estava cansada de não ouvir música há anos na minha própria casa, sempre com medo daquela vizinha. Cansei-me. 
De noite estava sempre a mandar calar os meus filhos. Só podiam sussurrar...
De dia não podia pregar um prego, não podia andar porque fazia barulho, não podia ir ninguém à minha casa, não podia nada...
Tinha tanto medo dela que vivia quase em segredo na minha casa. 
Fartei-me. 

Quando regressei, tudo isso mudou. 
Agora, de dia ouço música quando me apetece, ouço a televisão com o som a que tenho direito e deixei-me disso.
Vai a minha casa quem eu quero e ninguém tem nada a ver com isso. Ninguém me paga as contas e afinal tenho direito a viver!

Não pensem que sou de provocar. E também não ponho som para o prédio inteiro ou a rua ouvir. Nada disso. E sei a que horas devo estar calada. 

Mas agora é bom... porque já não tenho medo e comecei a sentir-me muito melhor na minha casa!!!

Recentemente, quando o meu pai morreu não consegui. Mas isso era de mim. Vinha cá de dentro. Não queria ouvir nada. 
Agora começo aos poucos a ouvir música outra vez. 

Aquelas duas pessoas fizeram-me pensar e hoje em dia eles não fazem ideia (porque nunca mais os vi - um ex-sócio e um ex-cliente da loja), mas mudaram para melhor a minha forma de ouvir música. 

Voltei a ouvir tudo o que me apetece. 
Só não aguento os "dá cá um beijo", os "pimbas", as "bebés" ou os "anda cá se queres"...

Ah... sou sincera... se houver muitos gritos também não é o meu forte...
De resto... que me recorde acho que "papo" quase tudo... 
E quanto a dançar... "idem idem, aspas aspas"...

Também nunca mais me esqueço que tive uma colega que me perguntava: 
"tens a certeza que não tens "pretos" na tua família?"...
Ora... Outra coisa que me pôs a pensar até hoje, já lá vão 20 anos. Será? 
Bem... a família do meu pai é do Algarve, a minha avó era morena, olhos verdes, cabelo tipo carapinha e nariz largo... Estavam muito próximos de África... mas sei lá!!! 
A minha colega dizia que era por causa do meu corpo (epá desculpem lá... é só para entenderem melhor a observação dela - mas não vou identificar pormenores!). 
Ora eu... comecei a pensar..."hummm... para além disso gosto de desporto, de música e de dança... Será?"

Não sei até hoje. Daquilo que me dizem, apenas sei aquelas histórias que muita gente também tem na família... Eram todos muito ricos, a família da minha avó era de bem, mas perderam tudo... 
Se é verdade ou não, não sei, nunca quis saber disso. Não me ia trazer nenhuma felicidade extra, portanto...
E além disso não gosto de me meter na vida dos outros...

O que sei é que desde os 3 aos 18 anos fiz muito desporto - ginástica desportiva e rítmica. E realmente eu adorava fazer ginástica ao som da música!!! Ah pois é!!!
Depois fui para a natação e só aguentei um ano!!! Pois tá claro... não tinha música!!!
...Mentira: comecei a fumar (com idade para ter juízo é que fui fazer isto) e a natação estava a fazer-me mal ao tabaco!!! Acabei por desistir.

Mais tarde experimentei ginásios, mas só conseguia fazer aquelas aulas de grupo... precisamente por causa da música! 
Não consigo estar em máquinas. Tenho que "dançar" ao ritmo da música... 
Enfim... manias!!! Gostos!!!

Por isso, na falta de ginásios ( ou de "carcanhol"), faço duas coisas: ou vou caminhar ali até à baía do Seixal... ou vou dançar!!! 
Até há Ladies Nights e tudo!!!... e noites disto e daquilo, com ofertas... em que, diga-se de passagem, são sempre as mulheres as priveligiadas! 
E ao menos já não tenho que esperar à porta. Deixam-me entrar, sem alaridos, confusões ou outras complicações... 
...ao contrário daquilo por que passei na minha adolescência... 
Ao menos nisso, a idade é uma vantagem!!!

Não ando muito por aí... mas adoro uma boa música ao vivo ("e há música ao morto?"... dizia um professor meu...). Há muito boa música grátis por aí e quando é possível, sim... vou... Para "morta" já me bastaram 12 anos com uma pessoa que nem merecia um aperto de mão... quanto mais deixar de viver...

Por um lado é bom os meus filhos já não serem bebés... assim posso ir praticar o meu desporto favorito: dançar

E sei que eles ficam bem com a minha mãe. E ficamos todos bem. Porque se eu estiver bem, eles também estão. Nenhum filho está bem quando vê a mãe triste. 
"Se eu não gostar de mim, quem gostará?" (mas não me mandem beber leite).

Não admito que alguém conteste sobre isto ou me julgue, porque não estou a fazer mal a ninguém. E nos dias seguintes sinto-me tão melhor!!! Mental e fisicamente!!!


E agora o Tango. Adoro. 


Obrigada àqueles que me compreendem. O resto... que se lixe!!!



O menino quer ganhar dinheiro...



Conversa ao jantar há algum tempo atrás:


AR (o mais novo): Gostava de ser crescido para ter um carro e um telemóvel!
....Mas para isso tenho que ganhar dinheiro...

Mãe (Eu): Para isso tens que trabalhar...

AR: Eu quero ir trabalhar!!!

Mãe: Não queiras ainda... deixa-te estar assim que quando for essa 
altura já não vais querer!

AR: Mas eu tenho que ganhar muito dinheiro!!!

Mãe: Mas para isso só se ganhares o Euro-milhões, filho!!! Não é a 
trabalhar que tens muuuiiiito dinheiro!!!

AR: Então quero ir ao Multibanco!!!

AM (o mais velho): Mas no Multibanco só te dão notas!!!

AR: Sim,ok... Então para as moedas vou ao sítio que a mãe disse!!!

Mãe: O quê? Onde?

AR: Ao Euro-milhões!!!... E para as notas vou ao Multibanco muitas vezes!!!

AM: Mas se carregas lá muitas vezes, vão pensar que estás a assaltar multibanco!!!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

BANCOS INTELIGENTES OU PAPÕES ???


Bem... o assunto de hoje... dá "pano para mangas"...
É que se começar do princípio vou ficar a escrever até amanhã...
Vou tentar abreviar...

Basicamente quero desde já aqui manifestar a minha solidariedade às pessoas que se encontram na mesma situação do que eu... porque não acredito que seja a única. Não quero acreditar nisso (não que deseje mal a alguém) mas recuso-me a ser a "coitadinha"!!! E se houver alguém que queira trocar ideias, sinta-se à vontade!!!

Eu disse "basicamente"... ok? 
Porque claro que há pessoas e pessoas e casos e casos... e também sei que há casos em que é só queixume e depois vai-se a ver... e afinal as pessoas estão melhor que bem! Espertas, a ganhar de todos os lados, e sempre na mesma ladainha... a ver se ganham daqui e dali... 
Sei de vários casos. Um dos que mais confusão me faz é o de uma senhora que vai todos os dias buscar comida àqueles sítios para "os pobrezinhos" e depois tem a filha num colégio privado. Este é um exemplo.

Bem sei que a necessidade leva a fazer muitas coisas... mas há limites. 

O que me chateia é que os espertalhuços e espertalhuças acabam por me prejudicar a mim, que neste momento preciso mesmo de ajuda e "não há"!!! Pois... para mim não há, que trabalhei pelo menos 20 anos a descontar (fora os part-times de verão em que também descontei)...
... mas para outros, cheios de truques e cambalachos... HÁ!!!

Enfim... passando à frente...

Tive um negócio que me deu cabo da vida. Empatei lá todo o dinheiro que tinha e que não tinha. 
Sim, é verdade...eram mesmo só facilidades, o que serviu para me "enterrar". 
Tive que fechar a loja ao fim de 3 anos para não ter que chegar ao ponto de faltar com ordenados, porque para mim as pessoas estavam sempre primeiro e aquilo estava mesmo mau... 

Mas fui muito burrinha, porque eu não dou para ter negócios... 
...e olhem que os que menos ou nada me enganaram foram os clientes!!! Houve 3 ou 4 empregados que me foram minimamente leais e de resto... só enganos... desde contabilistas a sócios... e por aí fora...
Se calhar é bom dizer, para que percebam, que o negócio era uma imobiliária... e pior do que isso: era um franchising (cheio de regras e compromissos).

A partir do encerramento foi crescendo a bola de neve... não conseguia arranjar trabalho nem pagar os empréstimos e um dos bancos foi completamente inflexível... queria 600 euros por mês por um crédito relativamente baixo. Ora como é que eu podia ir trabalhar por conta de outrém e pagar esse valor? 
Uma vez por ano vou lá, a ver se por um acaso já compreendem melhor o que se passa e resolvem mudar a postura. Que tenho outras despesas e dois filhos... Mas, NADA. Continuam implacáveis. Podiam ir ganhando alguma coisa, mesmo que pouca, mas preferem assim... NÃO ENTENDO!!!


Com isto tudo estou em risco de perder o resto que ainda tenho desde há 17 anos para cá. Já perdi os carros... agora falta o resto. 

Para ajudar à coisa, entretanto só arranjei trabalhos a ganhar mesmo mal, mas tinha que agarrar-me a qualquer coisa, não?
Em Janeiro fiquei desempregada depois de dar o tudo por tudo. Quando pensei que dentro da mesma empresa tinha mudado para melhor, afinal enganei-me. Isso às vezes é mesmo um engano. Aprendam. 

E depois, pior ainda: por causa ainda da minha ex-empresa estive 6 meses à espera do fundo de desemprego. 

Entretanto tinha uma conta ordenado num banco com quem lidava desde 1994. 
Certo é que em tempos áureos, me ligavam sempre a avisar de tudo e mais alguma coisa e a oferecerem-me também tudo e mais alguma coisa. 

Agora que já não tinha nada, também nada me disseram enquanto não estive a receber nestes meses...
É certo que eu também não disse, porque estava sempre à espera de receber a qualquer momento e que a situação voltasse à normalidade possível.

Mas eis senão quando... recebo uma carta e um e-mail logo com um plano de pagamentos. Assim, sem mais: "ah e tal... você deve isto... já lhe tirámos tudo, está aqui a simulação e agora paga isto senão vamos enviar a informação ao Banco de Portugal!"
E de seguida ligaram-me!!! Olha que bonitos, tão amorosos e simpáticos... 

Pois. E sabem porque o fizeram desta forma? Porque assim "supostamente" é muito mais lucrativo!!! Digo supostamente, porque afinal não foram saber realmente o que se passa comigo actualmente e que afinal se calhar há outras coisas à frente...
Agora querem que eu pague um valor mensal, que no fim me vai ficar em mais do dobro da dívida! 
Então para que me iam ligar antes? Nã nã..."Agora que ela está em dificuldades já não lhe dizemos nada... e assim ganhamos muito mais!!! Ela sempre foi certinha, nunca teve problemas connosco... portanto agora vai ficar cheia de medo, e vai pagar mais do dobro! Metemos-lhe medo com o Banco de Portugal e já está! Muito melhor negócio pá!!!"

Hoje recebo novamente outro telefonema, inicialmente bem arrogante, a perguntar quando vou assinar os papeis, senão amanhã o processo segue para o BP. 

Opá... alguém se lembra daquela carta de um senhor que diz que esperem que há-de chegar a sua vez? Foi a vontade que me deu...

Desculpem, quem me conhece sabe que eu era certinha, aliás para fazerem uma ideia, eu trabalhei num banco (aliás dois, mas no primeiro estive pouco tempo - mudei para o outro)!!! Portanto vejam como as coisas podem mudar na nossa vida!!!
Eu queria resolver isto tudo, mas a casa já não vale aquilo que eu devo e o que ganho no fundo de desemprego não dá para viver, sinceramente... se não for eu a ir vendendo algumas coisas que reciclo ou tenho aqui por casa...não sei... e passo momentos complicados, sim. 
Não estou parada, estou a fazer pela vida... a dar o meu melhor para arranjar um trabalho, ou mais do que um... porque neste momento sou apenas estagiária não remunerada... e nada sei do que vai acontecer no final... 

Haverão pessoas que a esta altura já estão a pensar... "ela não devia estar para aqui a contar coisas tão pessoais"... mas sabem uma coisa? Pior do que estou já não posso ficar... portanto desabafo...pode ser?
Opá quero lá saber... assim quem não gosta de mim pode regozijar-se com esta conversa... e eu não me importo. "Tou nem aí!..."

Ao fim de dois anos de angústia, onde todo o meu dinheiro e mais algum que arranjasse ia para os bancos e tudo o resto, fartei-me. Cansei-me de não viver. Cansei-me de falar com eles, cansei-me de tentar que me dessem uma hipótese plausível, até eu me endireitar.
Já não acredito em nada nem ninguém. Cada um olha para si e ninguém compreende ninguém. Querem é prémios e comissões.
Nem o tribunal me compreende na situação dos meus filhos (uma história que já contei aqui), cujo pai tem uma vida "do bom e do melhor", com IPhone, com roupas de marca, casa paga e por aí fora... e a mim é que me massacram com perguntas e perguntinhas.

Estou cansada. Muito cansada. 
Cheguei a um ponto que desisto. Já sei o que é abrir a caixa do correio e nem ter vontade de abrir as cartas porque nunca vem nada de bom. 
Mas às vezes acabo por ter que me rir, porque as empresas estão tão desesperadas, que é só "mandarem o barro à parede"!... Já inventam dívidas de coisas que não tenho!!! Até as Finanças, com aquelas histórias dos selos dos carros... Anda tudo a ver de onde pode "sacar"... e acho que qualquer dia já vale "tirar olhos"...

Já não quero falar com mais ninguém porque não me ouvem e se me tirarem o resto que ainda tenho, vou-me embora. 
Já pouco acredito em Portugal ou em melhoras. Nem nessas conversas que está tudo mais flexível e que há sempre uma solução. 
Eu não vejo luz ao fundo do túnel... e tenho muita pena, sinceramente. 
Nasci na altura errada, a dos "outsorcings", dos recibos verdes, etc... e fiz tudo ao contrário ao querer andar para a frente e a ser certinha. E do que é que isso me valeu? Afinal... de nada... 


Tentar fazer tudo bem neste país não tem crédito nem mérito. Já lá vai o tempo, concerteza, se é que o houve realmente. Eu estou fora desse tempo, isso é certo.
Quem tem crédito são aqueles a quem desculpam empréstimos de milhões... e o resto que se lixe!!! 

A minha mãe trabalhou para uma pessoa "importante" (mesmo). E sabem aquilo que se vê nas telenovelas? Sim... é mesmo verdade. Não são todos, mas a maioria dos ricos está-se a borrifar para o mal dos outros, mesmo aqueles que lhes estão próximos. Tentei uma vez falar com essa pessoa. Não era para me arranjar "um tacho". Era para ver se me podia ajudar com a situação dos meus filhos no tribunal com o pai e aconselhar-me nisso e porque alguém se recusou a dar-me trabalho por eu ter "esses" dois filhos, coisa que o empregador me disse descaradamente. 
E essa pessoa a quem pedi ajuda... apenas me disse que... tinha muita pena!!!... E mais não digo, porque é de "bradar aos céus"...
Pena? Pena não me resolve nada, obrigada.  

Não pedi "tachos", casas, ou empregados para me lavarem a roupa, tratarem dos miúdos e limparem a casa como essa gente tem, um para cada coisa. Foi um pedido simples e porque estava desesperada de inicio. 

Mas obrigada a toda esta gente que me compreende e acha que eu é que sou daquelas que só quero aproveitar-me nesta altura em que muitos sim, se aproveitam por causa da crise
O pior é que esses conseguem!!!

E mais! Sabem porque é que não acreditam em mim? 
Incrivelmente porque tenho alguns estudos, sei falar minimamente, não digo "bacoradas" e porque ao que parece, ando bem vestida. 
Nem pensam um pouco... 
...que compro (às vezes) roupa na "boutique alcofa" e que apenas sei conjugar as roupas umas com as outras, não tenho 100kg e ainda tenho vestuário de há 10 anos atrás, que felizmente comprei quando podia e o soube conservar!!!

Não me venham com "m...s", porque eu sei também pelo que vejo que o dinheiro não traz plena felicidade, mas facilita muita coisa, como diz a Catarina Beato (Dias de uma Princesa)... 

e olhem...eu estou farta dele e do mundo girar em seu redor!!!






Um conselho: não deixem de viver por causa "deles". Façam apenas aquilo que puderem, nada mais do que isso, porque o tempo não volta atrás e "eles" não reconhecem. Querem sempre mais e mais... 

domingo, 22 de setembro de 2013

QUE "HISTÓRIA" VEM A SER ESSA???


Se há coisa que sempre me irritou e continua a irritar, é aquela célebre máxima de que "os jovens de hoje não têm nada na cabeça", "não prestam", etc. etc...
Enfim... será que algum dia haverá jovens que prestam? É que pelo que ouço desde míuda pergunto-me: afinal há quantos anos é que houve "boas gerações"???

Tenham paciência... 
Os jovens sempre foram assim!!! Tal como o resto das "pessoas"!!! Uns melhores, outros piores! Tal como em todas as profissões!!! Uns bons e outros que mais valia, eles sim, irem para uma casa de correcção!!!

Então afinal o que se passou? Quando é que os jovens passaram a ser "inúteis e burros"? É que na minha adolescência já ouvia esta "história"... E agora dou por mim a ouvir isso de pessoas da minha idade!!! As tais que supostamente não prestavam e que hoje são doutores e engenheiros!!!

Desculpem-me a minha ousadia, mas eu não concordo. 
Se vamos pelo lado da moda e aquilo que vestem... ai ai... é por aí que se vê alguma coisa?
Afinal não conquistámos a tal da liberdade? Então porque se continua a ter preconceitos com as roupas, sapatos, chapéus, cortes de cabelo?
Já era altura de nos deixarmos disso não? E agora falo para aqueles da minha geração (nascidos nos anos 70). Quem não teve manias? Quem nunca fez um corte de cabelo mais ousado? Quem nunca teve umas calças rasgadas e os pais a chatearem por isso? 
Nós próprios... não seguimos as tendências?... Não compramos aquelas t-shirt's com o padrão da moda, sapatos da moda, casacos, calças, tennis, etc.etc.???

Que eu saiba sempre foi assim!!! Sempre houve modas mais ou menos "esquisitas"... 
Mas se há coisa que me chateia é julgar-se uma pessoa pela roupa que veste. E se calhar aqueles que achamos que estão "bem vestidos", afinal são os piores amigos, os piores colegas e os mais arrogantes. E pior do que isso: se calhar nem fazem nada de novo, limitam-se a gozar com os outros e a ficarem sentados à espera que façam tudo por eles...

Não meus caros, não é a roupa, cabelo, acessórios ou sapatos que nos dizem se a pessoa é boa, se tem bom íntimo, se é inteligente e se tem algum talento e ideias diferentes.

É claro que também não me agrada ver miúdas de 14 anos todas maquilhadas, com saltos onde não conseguem andar e com camisolas transparentes, justas e abaixo do rabo. Chamam-lhes vestidos, mas para mim não podem ter esse nome. Pois. Também não gosto. Acho perigoso. Acho um pouco demais. 
Mas ainda estão a aprender. Querem ser rapidamente mulheres, esse é o seu erro. Mas são coisas que acabam por passar. Com o tempo vão começar a perceber que afinal aquilo não é necessário e que até é mesmo demais. 

Enfim, tal como digo, há de tudo. Bons, maus, com mais juízo, com menos juízo. Mas muitos deles não passam de miudos ingénuos. Porque ser adolescente é isso mesmo: é a fase de aprendizagem para se tornarem adultos.

No entanto, parece que ninguém quer ver que há tantos, mas tantos talentos, que há tantos jovens com tão boas ideias e iniciativas!... 
Eu tenho conhecido vários! Cada vez mais!
Há sempre um talento dentro de um ser humano. Nem todos podemos ser excelentes a matemática, desporto, português, ciências, desenho...
Então porque não potencializar e mostrar aquilo que cada um tem de melhor?

Esta semana estive à conversa com uma jovem de 30 anos. 
Quer dizer, estive mais calada do que outra coisa... embasbacada com as ideias dela, com o seu à-vontade, a sua simpatia, a sua simplicidade, a sua forma de ver o mundo.
Talvez muita gente passou por ela na rua e ficou a pensar: "mais uma maluca sem nada na cabeça". Mas tinha.Trazia um turbante, o cabelo lilás, uns sapatos com pintinhas, calções e o resto nem reparei muito bem... tal é aquilo que eu ligo à roupa das pessoas...

Eu sou vaidosa. Eu tenho que me sentir bem quando saio à rua! Mas a partir daí... quero lá saber da roupa dos outros!!! Desde que andem limpos!!! Sim, porque isso é que não dá né? Mas eu não vejo jovens desses. Os maus cheiros normalmente, quando os sinto, até vêm de pessoas mais velhas...

Bem... a M tem um filho da idade do meu mais velho. Ela foi mãe novinha, mas no país de onde vem isso é super-normal. Por esta altura, outras da idade dela até já têm mais dois ou três.
A M é jornalista. Não aqui. Não na terra dela. Anda pelo mundo. Tudo começou muito naturalmente! E sabem porquê? 
Porque não é uma jovem fútil. E sabem qual o sonho dela? Dar a conhecer ao mundo todos os outros jovens que são como ela! Todos os que têm talento, que gostam de inovar, que são bons no que fazem, nem que sejam graffitis, que ajudam a dar cor e vida a muitos sítios cinzentos. 

E há tantos jovens com talento, ideias novas, inteligentes...





Por favor pessoas, parem de dizer mal dos jovens. 

São apenas jovens... mas são pessoas como todas as outras, com virtudes e defeitos e que por terem uma vida pela frente, e porque estão a aprender a ser adultos, ainda não se renderam às milhares de regras da sociedade... muitas delas tão ridículas...

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O mundo do trabalho visto pelos mais novos...


Hoje vou variar um pouco... para não estar sempre a contar histórias minhas... 
Assim, vou alterando e desanuviando o ambiente...

Então, isto aconteceu há 3 anos... mas vejam o porquê de eu não desistir da vida...

O AM (na altura com 9 anos) e o AR (na altura com 6 anos) foram ao Pavilhão do Conhecimento e adoraram a Casa Inacabada, ou seja, uma casa que os miúdos têm que acabar (porque a fingir que está em construção). Ali existem gruas, tijolos, carrinhos de mão, etc... Mas tudo leve e em esferovite, claro... (o que seria muito útil mas talvez depois voassem um bocadinho...)

A partir daí o AR diz que quando for grande, quer ser construtor. 
Para além deste desejo, o "gaiato" gostava de ver todos os dias o "Bob, o Construtor" - que tem uma música que se mete na cabeça e para sair é do caraças... 
Durante anos, todas as manhãs, a música pairava no meu cérebro: "Eu sou o Bob... CONSTRUTOR!!!... Eu sou o Bob... TRABALHADOR!!!"... 
O Bob era a minha companhia das manhãs, mas cansava-me os neurónios!!!

Certo dia (esta é mesmo à história infantil, hã?), vínhamos os três pela rua, quando os "maganos" repararam num contentor daqueles que leva o entulho das casas que estão em obras... o que era o caso...

Vai daí, empoleiraram-se naquilo, a espreitarem lá para dentro... 
Eu chamei-os e disse-lhes para saírem dali! ("ah la ber!!!vamos lá a saltar daí!)

Resposta do AR: - "Oh mãe, mas eu tenho que ver... que é para ir aprendendo!..."; 

Digo eu: "Ah claro, pois é...queres ser construtor não é?"; 

AR: "Sim, claro!"; 

Digo eu: "...mas afinal queres ser construtor ou pedreiro?"; 

AR: "Eu quero ser daqueles que põem os tijolos uns em cima dos outros e daqueles que fazem cimento..."; 

Digo eu: " então isso é pedreiro!!!"; 

AR: "pois então é isso!".

Diz o AM: "Oh mano... é melhor seres construtor, olha que assim não fazes nada e ainda ficas com uma casa! É só mandares!" "E olha que é uma grande casarona pá! Até podes ter piscina!"

O AR não percebeu... (só depois de lhe ser explicada a diferença entre o que manda e o que faz...)

Nisto pergunto ao AM que até agora nunca sabe o que quer vir a fazer na vida: " Então e tu já sabes o que queres ser quando fores grande?"; 

AM: "ainda não pensei muito bem nisso..., mas sim, acho que quero ser polícia..."; 

Resposta imediata do AR: "xiii... pá... isso é que não!... isso dá muito trabalho!!! Tens que correr muito!!!"

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

UMA AVENTURA NUM TRIBUNAL DE MENORES


Desculpem lá, mas se querem rir, este texto tem que ter mesmo este tamanho para que se compreenda a anedota. 
Não sou advogada, nem da área de direito, mas alguma questão que tenham, não se acanhem! É que parece-me a mim que já sei mais do que eles...  por tudo e mais alguma coisa...

Ora vejam:
Um dia destes fui inquirida pela PSP para responder a umas perguntas relativas... enfim... nem sei a que processo do Tribunal de Menores. 

Calculo que tenha a ver com o meu filho AM. No entanto, confirmei com o Sr. Agente da PSP e o número do processo que lá estava era o (...) - que se refere ao meu outro filho menor, AR. Mas o nome lá escrito era o do AM! E nem estava completo...

Posto isto, lá me foram feitas as perguntas, e qual não é o meu espanto, quando me deparo com uma falta de profissionalismo inacreditável! Vejo casos caricatos a serem relatados na comunicação social, mas isto nunca vi, sinceramente. 

Reparem:
Tenho dois filhos, cujo o pai é o mesmo, mas como os processos de cada um entraram no Tribunal em alturas diferentes, nunca foi autorizado juntar os dois processos num só (apesar dos meus insistentes pedidos). Uma boa táctica, pelos vistos, por parte do Tribunal.

E isto dos processos aconteceu por uma razão: eu e o pai, separámo-nos e reatámos a nossa relação por várias vezes. Tudo, precisamente pelo facto de ele raramente trabalhar ou contribuir monetariamente com alguma coisa em casa. Ou seja... era mais um filho!!! "Dá aí 20 euros"... e quando trabalhava: "o meu patrão não me pagou".

No entanto, ao contrário de outras pessoas, eu tive o cuidado de informar o Tribunal quando voltei a viver com ele.
Mais tarde, regressados do estrangeiro, voltámos a separar-nos já em Portugal e ao fim de algum tempo lá tive que informar o Tribunal do incumprimento do pai sobre as pensões de alimentos dos dois menores, a ver se algo acontecia. Quando o fiz, foi no mesmo dia e fiz uma carta para cada processo. 

Agora note-se:
O processo (...) do AR está tratado. 
Mas no dia 4 de Julho de 2011, quando estive na última audiência, foi-me dito que não me preocupasse, que o mesmo a ser feito pelo AR iria ser feito para o processo do outro menor, AM
Entretanto, fui perguntando pelo estado do pedido e até agora, nada. 
Nada, como quem diz...
Há dois anos que me fazem perguntas, pedem-me autorização para verificarem a minha situação no Banco, enfim, um rol de coisas que nunca mais tem fim, nem vos passa pela cabeça...
E a minha vida entretanto vai mudando. Durante este tempo já estive a trabalhar em part-time, depois passei a full-time, já não tenho viaturas, já estou desempregada, etc.
Neste momento estou a fazer um estágio por amor à camisola, porque estava farta de não fazer nada e porque estou a fazer algo que gosto. Apenas não é remunerado. Pois.

E agora deparo-me com mais perguntas destas Exas.. E o pior: sem qualquer sentido! 
E agora através da PSP??? Porquê?
Mas os meus vizinhos têm que ver um polícia à minha porta a fazer perguntas sobre a minha vida?... e a pensarem... "o que será que foi que ela fez?", etc. etc.??? Se é que não houve comentários... que claro, aos meus ouvidos nunca chegarão, até porque pouco páro por aqui, ou estou enfiada em casa.

Mas eu alguma vez fugi ou faltei ao que me foi pedido? Não! 
Se sim, foi porque não recebi nada da vossa parte, porque cada vez que me é solicitado algo, eu lá me desloco ao Tribunal, que não é tão perto quanto isso, e lá vou entregar mais uma cartinha! (e não é os ÁS ou a Rainha, nem daquelas do tarôt).
Tudo por duas vezes!...Porque me fazem perguntas "às prestações" e em alturas diferentes para ambos os processos!

As perguntas mais incompreensíveis foram, entre outras, a respeito daquele a quem chamam o meu "outro filho". 

1ª(s) Pergunta(s): Se tenho outro filho, quem é o pai? Onde se encontra e quem o sustenta? 
Eu: o quê? estão mesmo a perguntar-me isto?
Sim, o Sr. Agente confirma. A pergunta é essa.

Então a minha resposta é a seguinte:
Ponto 1: seja qual for o filho a que V. Exas. se referem, o pai é o mesmo: AMCL. Só tenho estes dois filhos. Mais nenhum. Estarão à procura de outro? Dois não é suficiente?
Ponto 2: Onde está??? Em ambos os processos está regulado o poder paternal e se V. Exas. verificarem com olhos de ver, as crianças estão comigo. O pai não lhes dá sequer a mínima atenção. Está tudo em ambos os processos. Ou devia estar... já não sei se comem os papéis...
Ponto 3: Quem sustenta o meu filho AM até agora sou eu. Graças à ajuda de V. Exas.

2ª Pergunta: se estou a pagar o meu crédito à habitação?
- Já informei o Tribunal acerca disso. Além disso, se entreguei uma autorização que V. Exas me pediram para verificar a minha situação junto do Banco, porque é que tal não aconteceu? E porque é que me fazem de novo a mesma pergunta, depois das cartas, audiências, autorizações que ando sempre a entregar?... 
Afinal do que me serve andar a deslocar-me ao Tribunal constantemente e a ter despesas com isso ou a pedir favores a amigas que me levem até aí?

3ª Pergunta: se tenho companheiro? 
- Pergunta que também já me fizeram várias vezes. NÃO, não tenho mesmo!!! Porquê? É obrigatório??? (tenho mesmo que ir para Direito...) 
Mas e se tivesse? Não me parece que ele fosse obrigado a contribuir para filhos que não são dele, enquanto o pai anda alheado do assunto, que a ele sim, lhe diz respeito (e foi por isso que pedi ajuda ao Tribunal).


Já cheguei a pensar se não estaria melhor numa daquelas instituições de mães com filhos a cargo. Quando estou muito aflita vendo coisas cá de casa... isso é crime? (tenho que ir estudar o código penal)


5ª Pergunta: Se faço um part-time, o que faço no resto do tempo? 
UI!!!
Ponto 1: de momento estou desempregada desde Janeiro de 2013. Se não demorassem tanto tempo a tratar dos processos e se houvesse mais competência no trabalho de V. Exas., ainda me teriam encontrado na mesma situação profissional. Mas após 2 anos??? Da forma como o país está? Já nem full-times, quanto mais part-times!!!
Ponto 2: mesmo antes de estar desempregada, estava a trabalhar a tempo inteiro. Coisa que também não se deram conta...
Dentro da empresa consegui passar de uma situação para outra. Portanto, falta de vontade da minha parte em trabalhar não há. A partir de Janeiro deste ano, fiquei desempregada porque trabalhava para um Outsorcing, que por sua vez tinha um contrato com outra empresa (onde eu estava) e que não foi renovado. O resultado está à vista: mais uma série de pessoas no desemprego e dinheiro por receber.
Ponto 3: ando à procura de trabalho e até já fui comprová-lo ao Centro de Emprego, mas o que é facto é que nem sequer respostas tenho dos imensos currículos que já enviei. 
É de referir que tenho 38 anos e já começo a ser "velha" para o mercado de trabalho em Portugal, que está sobrelotado de gente desempregada, sobretudo jovens que também já não se importam de fazer qualquer coisa, a qualquer "preço", mesmo tendo cursos universitários. Eu também não me importo, preciso é de uma oportunidade! 
Ponto 4: no Centro de Emprego não me "arranjam" trabalho porque só procuram funções administrativas para mim (que estão em declínio). Não posso sequer mudar de área. A certa altura quis tirar um curso e disseram-me que não... porque não tinha nada a ver com a área administrativa, onde sempre trabalhei. Sim...a sério. Foi isto que me disseram. 
Ponto 5: ainda a trabalhar, fui acabar a minha licenciatura, que há muitos anos deixei a meio. 
Esta sim, foi a maior ajuda que tive até agora por parte de amigos, professores e da universidade, que me deixou frequentar as aulas sem pagar (a Universidade é privada). A bolsa do Estado foi-me negada porque há muitos anos atrás (quase 15) estive matriculada 4 vezes. 
Portanto, quanto ao Estado, passou a minha vez... e agora que estou muito mais mulher e com toda a vontade... não pode ser. Mais uma vez, neste país não se pode andar para a frente.
Ponto 6: Agora procuro trabalho também fora do país. Mas preciso de lá ir. E dinheiro???

6ª Pergunta: Apoio de familiares?
- O meu pai faleceu em Março deste ano (dia 19, Dia do Pai). A minha mãe ficou com  uma miséria de pensão. Será que V. Exas. estão a par do que se passa com as pensões?
Não tenho irmãos, tenho a fatalidade de ser filha única e nem tenho família por perto.
Em relação aos avós paternos dos menores, que vivem na zona, estão separados e o avô nunca vê os netos, nem tão pouco contribui com nada. Acho que vai para três anos que não lhe ponho a vista em cima e os netos igual. 
A avó aparece raramente e oferece roupa em alguns Natais. Não contribui com mais nada. Em vez disso, sustenta o filho, o pai dos menores. Ele sim, vive sozinho na casa que foi de família, que já está paga e a mãe banca tudo o resto e ainda lhe dá dinheiro. E segundo sei, não é pouco. Supera aquilo que eu ganho no Fundo de Desemprego.

7ª pergunta: Onde está o inquérito social? (relatório feito pela Assistente Social da área)
- Ora essa... Se não o têm, é uma coisa que EU é que gostava de saber! Onde está???
Foi enviado pela assistente social para ambos os processos. Se eu recebi cópia do que foi enviado para o Tribunal e um dos processos já está tratado... onde está esse relatório??? Eu é que pergunto!!!

Desta vez, infelizmente tive a visão da falta de atenção e de competência no trabalho, num local tão importante quanto este. 
Que façam perguntas, eu entendo. Mas pelo menos que sejam coerentes, é a minha opinião. Custa-me ver isto porque eu acho que sou profissional, faço tudo com rigor e atenção e EU não tenho trabalho! Também cometo erros, como é evidente, mas isto?
Tenho sido compreensiva, porque sei que o Tribunal tem muito trabalho, rebé béu béu... e porque não quero estar sempre a "bater no ceguinho", mas isto é francamente...enfim...sem palavras. Ou então é digno de um "testamento como este". É que às tantas nem sei se estão a gozar comigo ou se a intenção é mesmo desistir. Sim, porque deve ser uma das duas.

Afinal o que faço depois disto? 
Um artigo para a comunicação social como fazem outros? Vou ter que ir ao programa do Goucha ou da Júlia? Qual o que me aconselham? 
Talvez tenham alguma consideração a dar no Tribunal. 
Ou será que antes lhes vão mandar um inquérito a perguntar onde vão estar as cameras, quais vão ser os planos, que roupa vão os apresentadores vestir e do que é que eles vivem? 
Será que ainda vai ser o Goucha a ter que contribuir mensalmente para a educação dos meus filhos? Ou será a Júlia Pinheiro?... Bem, ainda temos a Fátima Lopes e a Conceição Lino...

Aguardo expectante pelo próximo inquérito. Pode ser que quando os meus filhos se formarem e forem trabalhar, obtenha a ajuda que pedi.

P.S. - Estou bem arrependida em pensar que Portugal era bom, quando decidi voltar do estrangeiro e dizer que nunca mais!!! 
Lá o pai era obrigado a trabalhar, senão estava preso, os abonos eram bem melhores e até uma casa acessível me arranjavam! Ali sim, não lhes ia faltar nada. Aqui é o que se vê. Quem não precisa é que é ajudado.
Eu que fiz descontos durante 20 anos, não mereço. 

Vou começar a andar ao contrário. Se alguém me vir a andar de costas, já sabe o motivo. Talvez assim as coisas fluam...