sábado, 14 de setembro de 2013

À NOITE, SEGUREM AS BEXIGAS E FAÇAM EXERCÍCIO!

Já não é a primeira, segunda ou terceira vez. Isto desculpem-me, mas começa a ser inadmissível e tenho que contar esta "saga" (sim, isto já é uma saga). Há 3 anos que ando a passar por isto. Os limites já foram ultrapassados em muito. Admira-me nada acontecer, mas de facto, se todas as pessoas aguentarem isto como eu sem nada dizer... é verdade que os Senhores que mandam, não têm conhecimento. Isto porque esses Senhores não andam de transportes públicos e não trabalham à noite, a não ser nalgum dos chamados jantares de negócios, onde se trata de tudo menos de trabalho e onde tudo é regado a bom vinho, aperitivos e digestivos do melhor que há. Obviamente que os 71,95€ que pago de passe devem contribuir nalguns cêntimos para essas formas de vida. Mas adiante...


Apanho diariamente o comboio até Sete Rios e depois o metro da linha azul. Acontece que trabalho num horário diferente dos ditos "normais", que não sei porquê continuam a ser vistos dessa forma, uma vez que há vários anos que há imensa gente a trabalhar fora do antigo padrão das 9h às 18h. E estas pessoas, mesmo assim, continuam a ser descriminadas relativamente às outras. Já não basta terem que se sujeitar a trabalhar em horários diferentes e ainda são menos do que os outros. E porque estou para aqui com esta conversa?


Eu passo a explicar: 

Quem precisa de andar de transportes à noite, para começar tem muito menos opções. Ou não existem, ou circulam muito poucos. O último horário para quem é da margem sul, é no máximo dos máximos, o barco à 1h40m e o comboio em Sete Rios à 1h34m. O metro acaba à 1h.
Pois é. Ai de alguém que trabalhe depois da meia-noite, pois arrisca-se a ir a pé para casa. Sim, porque ainda há pessoas que não têm carro e não têm 30 euros para pagar a um táxi para as levar a casa todos os dias. Então que história é essa de dizerem: "utilize os transportes públicos"? Pois. Vá-se lá entender...

Mas há mais!

Eu sou dessas pessoas que estou "fora do padrão". O meu horário é flexível e muitas vezes saio tarde. À noite, para começar, o metro tem apenas 3 carruagens. As pessoas andam sempre a correr na plataforma, ou para não o perderem, ou para depois correrem para o transporte que se segue.
Ora em Sete Rios (como em quase todas as estações), o metro fica a uns bons metros (passe a redundância) de distância do comboio. Mas uns bons metros mesmo, com a agravante de termos de subir 4 lances de escadas. 
Durante o dia, se perdermos o comboio, a diferença pouco se nota, pois passados 10 minutos há outro e o metro vem com todas as carruagens. Mas à noite o cenário muda. Os clientes da noite, para além de ficarem mais distantes da saída do metro (pelo facto das tais 3 carruagens a rolar), não têm direito a escadas rolantes para subirem até ao comboio. Estão paradas.

Resultado: não é a primeira vez que perco o comboio por fracções de segundos. Portanto, ou o apanho, perco o fôlego e vou com falta de ar até a casa, ou fico ali 40 minutos à espera do próximo, numa estação onde por vezes nem se sabe onde andam os seguranças, que supostamente deveriam estar presentes. Pelo que vejo, eles ali não asseguram nada, a não ser a sua própria má educação e falta de profissionalismo. Quando há algum problema são os primeiros a desaparecer, como já constatei. Quando não há nada de especial, são os primeiros a inchar o peito e a fazer que são maus.


Eu sou mulher, mas a grande maioria das pessoas ainda me trata por menina (eu até brinco com isso, porque tenho 38 anos e dois filhos crescidotes, o que gera admiração nas pessoas). 

Quero com isto demonstrar a pessoa perigosa que sou e o ar de má que tenho. Entendem? E quero com isto explicar o que me aconteceu na "bela" estação de Sete Rios. 


Para isso volto só uns dias atrás porque foi quando perdi o último comboio da noite, também por fracções de segundo. Ao ver que já não tinha metro ou autocarro para ir até à estação, optei por apanhar um táxi e ir para Entrecampos, de onde estava mais perto, na ânsia de apanhar aquele último transporte para casa. Claro que o taxista, em vez de me deixar onde pedi, desceu pelo túnel e foi-me deixar mais à frente. PAGUEI, e fui a correr para a estação. Ao chegar à plataforma o comboio estava lá parado... e eu a correr que nem uma desalmada. 

Ao lado do comboio vinha na minha direcção um segurança, nas calmas, o que até me fez pensar que ele tivesse feito ou fosse fazer sinal ao maquinista. 

O comboio estava numa curva e o maquinista não me via pelo espelho retrovisor. 
Quando estava a alcançar o comboio, eis que ele parte. 
O segurança, ao estar mais próximo de mim, sai-se com este comentário, em tom de gozo: "foi por pouco!". 
Eu nem lhe respondi. Sentei-me num banco, exausta, mandei com a minha mala para o chão e desatei a chorar. Aí ele apercebeu-se que a situação não era para brincadeiras. Mas disse-me que ia fechar a estação e que eu tinha que sair. Eu fui atrás dele, mas afinal a saída era no lado contrário. Lá me viu tão transtornada que acabou por me deixar sair por ali mesmo e ofereceu-se para me levar a algum lado ali por Lisboa. Agradeci, mas não adiantava de nada, já não havia transportes para a margem sul, por isso, tanto fazia.

Passados dois dias, com medo que me voltasse a acontecer o mesmo, consegui adiantar-me e apanhar o metro antes de fechar. Já não consegui apanhar o comboio das 00h49m, pois cheguei a Sete Rios às 00h50m. Estava tão aflita para ir ao WC que mal me mexia. Fui devagarinho até à casa de banho. Nas de baixo dizia para irmos ao piso de cima. Chegando lá, constatei que a porta estava trancada. Ao contrário do habitual, vi dois seguranças que estavam a fechar as portas da estação, eram 00h55m. Sim, eu vou sempre acompanhando os relógios ao longo da estação.


Também já não é a primeira vez que me negam a ida ao WC da estação, à noite. Mas ontem, faltavam quase 40 minutos para o próximo comboio e eu não aguentava mais! 

Chamei: "O senhor desculpe, eu queria mesmo ir à casa de banho!". 
Um dos seguranças olhou para mim e disse que não, simplesmente. "Não?", disse eu. 
O outro, meteu-se na conversa e disse-me: "Não. Sou eu que mando e não vai. Está ali o horário. É até às 20." 
Começou a vir na minha direcção, de peito inchado e cara de mau. E eu disse-lhe: " Não me diga que me vai fazer estar aqui 40 minutos aflita para ir à casa de banho?" 
Resposta: "Não entra. Não entra aí, que sou eu o responsável". Digo eu: " não acredito que é capaz de me fazer isso!". Resposta repetida: "o horário é até às 20".


Mas atenção! O homem esteve sempre com o seu ar de mau, arrogante e a tratar-me como se eu lhe estivesse a pedir para entrar na "salinha deles" (onde se escondem), ou como se o estivesse a assaltar.  Nem a um animal se fala assim, ou se faz isto! Quanto mais a uma cliente da estação, que faz um enorme esforço para comprar o "bendito" passe, cujo preço, isso sim, é um assalto à mão armada. 


Cansada de um dia de trabalho, aflita para ir ao wc, e desejosa de chegar a casa, passei-me com aquela arrogância e má vontade. 

Perguntei-lhe o nome e ele volta a ser arrogante e a pegar na placa que tem na camisa e a dizer: "pode ver, pode ver... João Nunes". Eu disse-lhe, sinceramente que ele era uma besta. E o "jingão", que de certeza não tem qualquer formação, a não ser a da má-educação, em vez de, por exemplo, me tentar acalmar, ou calar-se, ou sei lá... começou a responder-me, a gritar e a voltar a falar no horário e a dizer que não tinha nada a ver com isso e que "eu não sou da Refer" (umas 3 vezes). Deixei-o a falar sozinho e subi para a plataforma do comboio. Mas tive que descer pelo outro lado e ir fazer chichi à rua. Não aguentava mais e já estava com dores. Tinha ainda o tempo para esperar pelo comboio e o tempo de chegar a casa. Quase 1h e meia. Não dava.

Posto isto, ficam os senhores passageiros a saber que a partir das 20h nada de ter vontades fisiológicas. Não foi a primeira vez que isto me aconteceu, mas dessa vez eu ainda conseguia andar e fui à procura de um estabelecimento lá fora. Ora ficam os senhores passageiros a saber, que por ali, àquela hora também não há alternativas. Há hotéis e um restaurante da alta, onde nem me atrevi a pedir nada.





Portanto, meus senhores (as), segurem essas bexigas depois das 20h e nada de fazer pedidos estranhos na estação de Sete Rios, ok? Há horários para essas coisas!!! Olha que lata!!!

À noite somos clientes de segunda no metro e nas escadas rolantes, somos de terceira (ou menos!) no tratamento dado pelos seguranças e de quarta categoria (ou mais!) para ir ao WC. Vá à rua se quiser e previna-se com uns lencinhos, porque a essa hora nem jornais há. Ah pois!


Ora sendo assim, quero um desconto no meu passe. Se pago o mesmo que os outros e sou tratada desta forma, algum benefício tenho que ter, ora bolas! 


Quero 50% de desconto, já que tenho metade dos serviços. Ou então algo tem que ser feito contra todo este tratamento, desculpem-me lá. 


Peço desculpa se preciso dos vossos serviços depois das 20h ok? Desculpem lá o transtorno. Mas se o incómodo é assim tão grande, então acabem com tudo a partir dessa hora. Não será melhor assim?



4 comentários:

  1. É sem dúvida de lamentar que um serviço, vulgo PÚBLICO, não exerça as suas devidas funções para com os cidadãos que trabalham nas restantes 15 horas fora do horário dito " normal" das 09h às 18h.
    Mas lamento também, e aí mais veemente, quando o uso dos trasportes publicos é exacerbadamente apelado e quando vais a ver.... tens uma pessoa no 'guichê' para vender bilhetes a uma fila de para lá de 200 passageiros.
    Nem por acaso, este episódio passou-se comigo ontem, quando segui o dito apelo e quiz usar o comboio da linha de Cascais para ir ao festival ( não vou nomear nem publicitar... sorry mas não me pagam ) e pagar apenas 1 euro para ir e voltar... Sabes quanto tempo estive na fila para comprar o raio do bilhete? 1 hora, isto porque apenas 1 funcionário estava presente para vender os ditos bilhetes especiais... Há coisas que não entendo.
    Bilhetes mais baratos, embora chamem mais pessoas, não deve de certo, render o suficiente para pagar horas a outro funcionário, ou para alterar o mecanismo das máquinas automáticas... É o que temos

    ResponderEliminar
  2. Olha... estava para aqui a pensar em ir hoje de comboio ao mesmo local, mas sendo assim, já vi que mais vale ir de carro. Ainda para mais sendo sábado...
    Obrigada pela "dica". E sim, tudo isto é lamentável... E querem com isto mais turismo... enfim...

    ResponderEliminar
  3. Realmente este pais não tem emenda ,Ana que sina a tua,puxa...!!!,Eu sou utilizador também,uso o Fertagus e a TST,também me deparo todos os dias com o Infortúnio de ter que correr para apanhar o maldito Bus que todos os dias vê pessoas a sair do bus que chega a Costa da Caparica e o que vai para a Trafaria parte da paragem e deixa as pessoas em terra para sair dali vazio é revoltante ... Só 30min depois e que passa o próximo...
    Devia de haver algo que se pode-se fazer para minimizar estas injustiças ...
    Beijinhos Ana gostei muito do teu novo espaço ...

    ResponderEliminar
  4. Enfim... uma tristeza...

    Muito obrigada Paulo Jorge! Beijinhos!!!

    ResponderEliminar