domingo, 23 de março de 2014

JORNALISMO POR TUDO E POR NADA


Não sei se é verdade se não... mas acredito que sim, que de acordo com o código deontológico do jornalista não se vão inventar coisas, notícias, só porque sim, embora muitos cidadãos tenham má impressão desta profissão.
Tenho pena, porque como em todas as profissões, há maus e bons profissionais. E sinceramente, até acho que o bom jornalista é aquele que leva ao público aquilo que ele pede, gosta e quer saber. 



Todos constatamos que felizmente as novas gerações já estão mais letradas e a ser mais selectivas quanto às notícias que querem ver, ler ou ouvir, mas ainda há muitas pessoas a interessarem-se por duas coisas: por tudo e por nada. 

Devo dizer que eu tive um professor (Doutor), que para além de ter inúmeros títulos importantes, como por exemplo o de ser Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, entre muitos outros, foi jornalista anos a fio e fez parte da equipa do Diário de Notícias, um jornal conceituado na sua área. 
E sabem o que o Doutor pensa sobre o que é ser um bom jornalista? 


«Um bom jornalista é aquele que não tem medo dos factos e que vai ao local, não se limitando a estar sentado na secretária a ir buscar assuntos da internet ou da agência Lusa»
Daí que, ao contrário do que alguns possam pensar, este Senhor acha (e quanto a mim com alguma razão), que é por exemplo, no Correio da Manhã que se faz verdadeiro jornalismo. Sejam lá as notícias que forem (já sabemos que o que procuram mais são crimes), eles vão mesmo ao local, vão mesmo à procura de mais informações para além daquelas que toda a gente já sabe. Eles exploram o assunto ao máximo e dão mais informações do que muitos outros órgãos de comunicação social. Essa é que é a verdade. 


Eu por mim, também não me interessa muito se o Manel matou o Ambrósio à machadada, ou se o Zé deu dois tiros à Francisca. É chocante, pois é, mas eu prefiro não saber muitos acerca desses episódios. 
Mas a verdade é que estes jornalistas vão lá... ao local... e vão saber e explorar mais pormenores do que muitos outros colegas. Portanto, isto é o verdadeiro jornalismo, desculpem-me lá.

Antes deste meu Professor falar no tema, nem eu me tinha apercebido desta realidade. 
Portanto, por muito que algumas pessoas falem com desdém do Correio da Manhã, a verdade é que este é o jornal com mais tiragem no nosso país, precisamente porque sabe o que a maioria dos portugueses gostam e querem saber e porque dão mais informação sobre as matérias, sejam elas quais forem (mais os crimes, com certeza). 

Não gosto de ver, de ler, ou de ouvir falar mal destes jornalistas, principalmente quando são os próprios colegas de profissão que o fazem. Não fica bem.

Eu faço trabalhos noutro tipo de publicações, como freelancer, que nada têm a ver com este tipo de jornalismo virado mais para os tais dos crimes e para as desgraças. 

Obviamente que todos sabemos que um título é o mais importante para chamar a atenção e que por vezes se dá ênfase aos factos que mais podem chamar a atenção do leitor, ouvinte ou telespectador, o que leva por vezes até a polémicas. 

Eu por mim, adoro o que faço. Um jornalismo onde tenho a liberdade de escrever a verdade do que me é transmitido e nada mais. Estou grata por isso, mesmo que eu ainda esteja no início e ainda não tenha tido oportunidade de explorar temas mais profundos, como é minha ambição. Por isso, quem sou eu para opinar sobre tudo e todos? Nem por isso... dirão alguns... 


Mas o que é certo, é que não gosto que os meus colegas de profissão "ataquem" os outros que exploram outro tipo de notícias que não as deles... aquelas que afinal, o público até gosta. 
O que fazer? Alguém tem que dar o que agrada ao povo! 
Se muitos são aqueles que gostam de ter notícias sobre crimes, outros adoram saber sobre a vida dos "famosos" - o que comem, onde vão às compras, o que vestem, com quem andam... enfim... 

Os jornalistas apenas têm que fazer o seu trabalho, o que lhes é pedido. E acredito até, que muitos não o fazem com muito agrado. Mas tem de ser. O jornalista tem que dar ao público aquilo que ele está à espera. Seja lá o que for. 
Por isso, há espaço para tudo, para todos, para todas as matérias. 
Depois cada cidadão escolhe o que lhe apetece. É assim. 


Os jornalistas não se deviam considerar melhores do que uns e outros, mas sim respeitar o trabalho de cada um, mesmo que não vá de encontro às suas próprias convicções. 
Para quê discussões ou provocações em fóruns, em debates, em grupos na internet?...


Aguardo por isto, alguns comentários menos agradáveis ao que acabei de escrever... mas vivemos em democracia (embora por vezes não pareça), portanto cada um é livre de ter a sua opinião, o que vai contra (eu sei) aquilo que eu acabei de escrever (acerca de opinar sobre os outros). 
Aceito qualquer comentário, a não ser, isso sim, que sirva apenas para me ofender. 
Democracia, liberdade, não implica má educação.

Esta é apenas uma opinião, a minha opinião. Vale o que vale...

P.S. - Não sou advogada de defesa do Correio da Manhã, não tenho por lá familiares, nem pretendo com isto que me venham a oferecer um lugar na redacção. Tudo isto é apenas uma constatação minha, nada mais. 

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