TIRAR O QUE NÃO SE DEVE...

Há uma coisa que me anda a "fazer espécie"... 
... que é esta:



Quando tinha 9 anos tiraram-me as amígdalas. 
Diz que era bom, porque tinha-as sempre muitos inchadas quando ficava doente e que era melhor não as ter.
Muito bem. 
Lá fui operada. 
Lembro-me como se fosse hoje. Lembro-me muito bem de tudo. Da sala de espera, da sala de operações, da auxiliar a passar com lençóis cheios de sangue, da enfermeira a falar comigo, da máscara da anestesia, só não me lembro do médico. 

Depois, lembro-me que passei dois dias a comer gelados e que foi do melhor que me podiam ter feito!
Se naquela altura tivesse mais amígdalas, eu queria tirá-las todas! De três em três dias podiam-mas tirar que não havia problema nenhum! O que interessava era comer os gelados!

Mas o que me anda a incomodar é pensar... afinal... para que se fez esta operação?
Eu tenho para mim que foi mesmo por estar na moda. Naquela altura quase toda a minha gente, quase todas as crianças eram operadas para se lhe tirarem as amígdalas.
Portanto, eu fui só mais uma. 
Talvez ficasse bem nas estatísticas... não sei.

O que sei é que não adiantou em nada no aspecto de eu melhorar em termos de saúde. 
Quando há mudanças de tempo, a garganta queixa-se logo. 

Então para que me tiraram o raio das amígdalas?

Sabem quando fiquei melhor deste problema de dores de garganta? 
Quando uma vez o médico me disse: «Você vem cá 6 vezes por ano por causa da sua garganta! Não pode ser!»
E eu: «pois... e então o que é que eu posso fazer?»

O médico então receitou-me uns comprimidos para tomar anualmente em Outubro, e que fazem o mesmo efeito das vacinas. 
Este é que foi mesmo o remédio santo. Este... e eu também começar a ter mais cuidado, claro.

De qualquer maneira, os anos todos em que estive aquelas tantas vezes doente, foram anos em que ingeri antibióticos até não haver amanhã!
Resultado? Estou praticamente imune a antibióticos. Muitos já não me fazem qualquer efeito.
E mais: agora os médicos dizem que nunca devia ter sido operada.

Mau... em que ficamos? 
Afinal tiraram-me uma coisa que era minha e que me fazia falta. E agora?

Agora é raro ficar com faringites, ou pelo menos, não fico tão mal como antigamente, cheia de febre e na cama. Ou pelo menos não fico doente 6 vezes por ano por causa disto. Se ficar uma ou duas, é muito. Graças aos comprimidos tipo-vacina.

Mas agora também tenho que ter mais cuidado com os gelados e outras coisas mais, porque os meus dentes também pagaram um alto preço pelos antibióticos tomados.

Acho que vou pedir de volta as minhas amígdalas... e uns dentes novos...