sexta-feira, 2 de maio de 2014

SENHA A, B, D OU N?

Bem... cá estou eu novamente a reclamar de um serviço público. 
E desta vez não há cá desculpas.
Há uma má organização na Segurança Social (neste caso, na da Amora) e ponto final parágrafo. 


Pois é. Tive que lá ir hoje e não podia mesmo adiar para outro dia. Depois de outros compromissos, cheguei lá às 13.15h. Tive que esperar que a senhora da segurança me desse uma senha, o que demorou quatro minutos. Ficou lá bem marcado e explícito que tirei a senha às 13.19h.
Olhei para o quadro e a minha senha (N) ia no nº 53. A minha era o número 57. 
O que seria de esperar?...
Que me chamariam rapidamente e que saia dali para fora num instantinho. 

Mas não. 
Esperei... esperei... esperei... e nenhuma senha daquelas era chamada. Continuou no 53, simplesmente. 
Quando chegou a altura de ir buscar o meu Afonso à escola, falei com a tal senhora da segurança, que me disse que possivelmente dava tempo para ir e voltar e ser atendida.
Fui à pressa buscar o miúdo.


Quando voltei aos serviços da Segurança Social, nada tinha mexido na senha N que continuava no número 53. Já lá iam 30 minutos. 
Continuei à espera. 
Esperei... esperei... esperei... e nada. 
Todas as outras senhas eram chamadas, menos as N's. 

Achei estranho as pessoas que estavam antes de mim não se manifestarem, não se indignarem, mas ao mesmo tempo pensei que já tinham todas (quatro) desistido e ido embora.
Então fui perguntar a uma funcionária se demoravam muito para começar a chamar as senhas N, uma vez que já lá iam 40 minutos e o número 53 continuava ali no quadro, impávido e sereno. 
A sra. respondeu-me que estava complicado porque tinham muita gente e algumas colegas tinham ido almoçar. 

Pois... isso já eu sabia! E por isso mesmo é que deixei passar 40 minutos até dizer alguma coisa! 
Porque sim senhora, até compreendia que estavam poucos funcionários por ser hora de almoço, mesmo não entendendo como é que vai tanta gente almoçar ao mesmo tempo e ficam ali  quatro "gatas pingadas" a atender um mar de gente, mas tentei ser compreensiva durante aqueles 40 minutos.

Seja como for, comecei a ver outras pessoas a chegarem e a serem logo atendidas. Chegavam, eram chamadas, tratavam dos seus assuntos e iam-se embora contentes e felizes da vida.

Eu... continuava ali à espera que pelo menos chamassem o nº 54! Assim sempre diminuía para três as pessoas que estavam à minha frente.
Nada.

Fui ter com outra funcionária e fiz a mesma pergunta que tinha feito à primeira. Resposta: «eu não sei... eu só estou com as senhas D».

Portanto, logo ali estavam duas "meninas", onde uma atendia senhas T e a outra senhas D.
Depois estavam mais duas que só atendiam senhas A e B.

Conclusão: os outros que se lixassem. 

Com tudo isto começou então o burburinho e os alguns gritos das pessoas que estavam ali como eu, à espera que alguém se designasse a chamar-nos.

Entretanto, às 14h era suposto a malta que tinha ido almoçar regressar ao seu posto de trabalho. Mas não. Surgiram todos muito devagar, devaraginho - os caracois de ontem fizeram-lhes mal- e só ficaram compostos às 14.10h. Levaram 10 minutos para começarem a trabalhar. Alguns até mais.

E o que é que aconteceu? Nada. Rigorosamente nada. Todas as outras senhas continuaram a ser chamadas ainda com mais velocidade, as pessoas iam chegando e andando... e nós, da senha N, ali... especados à espera que saísse dali o 53 e passasse para o número seguinte. 


Como já começava a ser demais, as pessoas como eu começaram mesmo a refilar. E eu também - um bocadito.
Então, lá foi a senhora da segurança falar com a responsável para que se fizesse alguma coisa. E só assim é que a senha N começou a andar. 
Com isto tudo já tinha passado uma hora desde que eu tinha chegado. Fui atendida às 14.30h - foi mais de uma hora de espera para me darem um papel, coisa que demorou e demora sempre dois minutos. 

Eu tenho para mim, que aquelas funcionárias devem ter aversão à senha N. Os outros colegas que atendessem quando viessem do seu repasto, talvez. 


Pelos vistos, até na letra das senhas uns são filhos, outros são enteados. A letra N por ali, não é bem-vinda. Não sei se é confundida com a palavra NÃO e as senhoras pensam que é para NÃO atender, ou se confundem com a palavra NUNCA, de NUNCA atender. 
Uma coisa é certa. Cuidado quando precisarem de uma senha N na Segurança Social. Muito cuidado. Se nada disserem, o mais certo é ficarem por lá um dia inteiro à espera que uma funcionária qualquer confunda a letra N com a letra A, de ATENDER.

Ah!!! O que também é giro de se ver é que a tesouraria fecha das 13h às 14h, o que também é espectacular. Ou seja, à tesouraria só vai quem quer pagar, porque eles ali não dão nada a ninguém. Mas mesmo querendo pagar, há horário. A pessoa-funcionária vai almoçar e mais ninguém vai para o seu lugar para receber o dinheirinho dos contribuintes. Muito bem, sim senhora. Que bonito. Quer pagar? Espere. Senão não faz mal que a gente aplica-lhe uma multa. 

Afinal que organização é esta? Que gestão é esta? 

Para quem não sabe, eu fiz atendimento ao público durante muito tempo (anos) e portanto, sou mais exigente. 
Neste caso, sei muito bem como os funcionários chamam senhas. 
Há um mostrador nos seus computadores que exibe em que senha vão todas as letras, bem como o tempo que cada uma delas (a seguinte) já está à espera de ser atendida. 
Ora aquelas "meninas" viam muito bem que a senha N não estava a andar, mas também não se preocuparam minimamente com isso, talvez à espera que outra alminha qualquer se lembrasse de atender aquelas senhas.
E depois, há dois métodos de chamada que o funcionário pode escolher: ou por ordem de chegada e surge a senha que calhar ( seja D, T ou O), ou então pode escolher só chamar pela senha A, B ou C, que foi o caso. N é que não!!!

Portanto, como sei isto e sei que onde eu trabalhei o tempo máximo de tolerância para um cliente em espera era de 20 minutos, chateei-me. Claro que fiquei chateada.
Uma coisa era se houvesse muita gente à minha frente e aí nada se podia fazer. Mas aqui o caso é que chamavam todos os outros e nós, senha N, ficámos à espera uma hora para começarmos a ser chamados!

Resultado: lá apresentei uma reclamação.
Já sei que me vão enviar uma cartinha a lamentar o sucedido e mais nada. Não me iam dar dinheiro nem podiam fazer mais nada, está claro. Bem... poder podiam... mas não era a mesma coisa... podiam compensar-me e dar-me uma senha prioritária para a próxima vez que lá for, por exemplo.

O motivo porque apresentei reclamação é só este: ver se alguém leva um puxão de orelhas e se organizam, porque aquilo não foi nada mais nada menos, do que má gestão da hora de almoço e também má vontade por parte das funcionárias que só pensam nelas e não pensam como os utentes. 
Também deviam ter formação nisso, tal como eu tinha uma vez por mês para não me esquecer de "pensar como o cliente" - que era mesmo o nome da formação.

Na Segurança Social não há concorrência, senão iam ver como elas saltavam e se esforçavam! E se houvesse prémios? Ui... havia de ser o bom e o bonito! Entrávamos e saímos dali com uma velocidade que era qualquer coisa de... estonteante!
Assim, temos que levar com isto. Umas a conversarem com as outras, outras a ligarem para os filhos ou para o marido a ver se eles já almoçaram, outras a beber água calmamente, outras a olhar para o computador como um burro a olhar para um palácio... e depois dizem que está complicado!

Enfim... é o que temos... 
Mas se ninguém diz nada... assim nada muda...
Eu pelo menos tentei... com a minha reclamação no livrinho amarelo. E olhem que já é a segunda e a outra surtiu efeito e fiquei bastante satisfeita com a resposta e o procedimento que foi alterado: para além de me darem a informação que eu pretendia por carta, ainda puseram a senhora general lá do sítio no seu lugarinho, que aquilo ali não é nenhum quartel, não tem que olhar para mim de cima, cruzar os braços e limitar-se a debitar o decreto-lei XPTO, sem me querer ajudar. Parecia um gravador. Para isso não precisava dela. Foi extremamente antipática e rude comigo. Uma chefe do pior. Ficou logo mais mansinha. 
Desculpem mas eu cá sou assim. E se for para dizer bem também o faço.

Sabem que também há um livro de louvores? Sim, é verdade. 
Se o atendimento for muito bom, podemos, em vez de reclamar, fazer um louvor ao funcionário que nos atendeu.
Muita gente não sabe disto.
Eu também já o fiz. Os livros estão lá para isso e embora por vezes não tenhamos a resposta que mais queremos, nem tudo cai "em saco roto". As reclamações e os louvores são contabilizados e inspeccionados. 

Aqui fica o aviso. Bom dia e obrigada. 

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