sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

VIVER A VIDA


Ora muito bem...
Continuando... (coisas estranhas ou não)
Pois é...
Vou então falar-vos da Arte de Viver.
Este é o título do artigo que li na Visão (já antiga, pois... que nas salas de espera de um centro de saúde não há cá revistas de ontem... e haver algumas já não é nada mau!).


Então diz o artigo que a chave para vivermos mais anos é manter o cérebro activo. E como é que se faz isso? É "fácil": encontrarmos um trabalho ou uma actividade que nos diga alguma coisa e "permanecermos ágeis, adaptativos e até visionários, conceber ideias e resolver problemas em vez de nos limitarmos a responder às mesmas questões, com as mesmas respostas, uma e outra vez".

Vamos lá ver uma coisa a ver se alguém me entende de uma vez por todas:
(ainda hoje falei nisso)... Eu comecei a trabalhar com 16 anos. Ok... até aos 18 foi sempre em part-time ou em trabalhos esporádicos, mas a partir dos 19 comecei à séria e nunca mais parei. A não ser agora. Tenho 39 anos no Cartão do Cidadão. Eu para mim tenho 29. Vá... 30... mas adiante...


E perguntam vocês... "então e não consegues arranjar nada? Nenhum trabalho? Porque não procuras no site X ou no Y? Olha que há uma empresa em tal sítio que arranja - vai lá inscrever-te, não? Já te registaste no Linkedin? E não tens aquilo dos alertas para receberes emails todos os dias quando os trabalhos que te interessam? Olha lá... respondes a anúncios de emprego? Então e não consegues ir nem para um call center?"

NÃO. Não vou para um call center mais uma vez como já fiz no passado só porque sim, ou só porque "sempre ia ganhar alguma coisa"... e depois ter que ouvir pessoas a chamarem-me nomes, a gritarem, a dizerem que me fazem isto e aquilo... etc.


E se há coisa que me irrita, vá... chateia... é falarem-me em sites super-mega-hiper conhecidos, que obviamente eu já conheço e acompanho. Epá... digam-me algo de novo! 
Se há outra... é falarem-me de empresas de outsorsing ou de trabalho temporário. Já trabalhei com várias e... sinceramente? Estou cansada. Nós trabalhamos e eles levam metade dos euros daquilo que era suposto ser o nosso ordenado. Não temos regalias nenhumas e somos tratados como se estivéssemos de volta à escola primária. 
Se alguém conhecer uma empresa dessas que seja diferente... que me diga. Isso sim, será para mim uma novidade e algo a experimentar. 
Em todo o caso até estou disposta a voltar a fazer contrato com essas empresas, desde que ao menos faça aquilo que gosto. Ao menos isso! 
Ah... e que não me tratem como se eu tivesse 15 anos... 
Isso também, por favor.


Sim, já "estou" no Linkedin, já fiz um currículo todo XPTO, respondo a anúncios, etc. dentro da minha área. Até agora só respostas para trabalhar de graça. 
Epá... se vou perder tempo e deixar de fazer outras coisas... não posso aceitar isto.

E dizem vocês: "ah e tal, mas afinal não precisas de trabalhar? Como é que vives?" 
E eu digo: neste momento sobrevivo inteiramente à custa do Estado e da boa vontade do Banco que ainda não me despejou da "minha" casa. Pois. Não dá para tudo. Não se consegue viver de 370€ meus amigos... e ter dois filhos e ainda pagar a prestação da casa ao banco. Alguma coisa tem que ficar para trás.
E lá voltam vocês: " então mas porque não tratas daquilo que agora as pessoas fazem... aquilo da insolvência pessoal?"
E eu respondo: porque a minha mãe é minha fiadora e como tal também ela fica sem casa. Esta é uma das implicações. E não posso fazer-lhe isso assim de ânimo leve. Vou tentar tudo por tudo para que isso não aconteça. Até ao fim.

Agora se me disserem que tenho que fazer uma coisa qualquer, nem que seja a lavar escadas, eu digo de antemão que não há. Não existe esse trabalho neste momento. Podem crer. E os poucos que possam existir vão novamente dar a empresas de limpeza onde vou receber o mesmo. Ou menos!!! Muitas delas até querem que se passe recibos verdes!!! Agora vejam o que vale a pena!!! 
Pois... também já trabalhei a recibos verdes e já ultrapassei o prazo para ter isenção nas contribuições à Segurança Social.


"Então?..." dizem vocês. 
E eu digo: pois fiquem a saber que nem para empregada doméstica numa casa eu sirvo. As pessoas, como é natural, querem saber referências. E eu já trabalhei em casa de alguém? Já fiz limpezas noutra casa que não a minha? Não. Ajudar a arrumar a cozinha de uma amiga não conta.
E se os "patrões" forem ver os meus trabalhos anteriores... percebem que eu não quero fazer daquilo vida... e portanto... não vale a pena contratarem-me.

E lá estão vocês novamente com as perguntas: "ah... então o que é que pensas fazer da vida?"
Muito simples. Penso em fazer algo que gosto, trabalhar onde realmente me sinta bem e onde o trabalho seja um prazer e não uma obrigação.


"opá... esta gaja tá maluca!"... oiço eu por aí umas vozes...
Pois... parece não é? Mas lamento informar: não estou, não senhora.
Estou é farta de trabalhar tendo que fazer um triplo sacrifício. 
Sim... triplo, isso mesmo. 
É ter que acordar bem cedo para me despachar a mim e aos miúdos (agora com a responsabilidade acrescida de ter um filho que tem um horário que não se percebe se é de manhã, se é das turmas da tarde), é ir trabalhar em algo que não gosto para receber uma mesada ao fim do mês e ainda ter despesas com passe, mais um cafézinho para acordar e mais qualquer coisa quando tenho fome e me esqueci de levar as bolachas. Sim, porque ainda por cima tenho que levar um saquinho ou uma sacola, à parte da mala e do chapéu de chuva, com o meu almoço e mais uns snacks, porque se fosse almoçar fora todos os dias, às tantas já era eu que tinha que pagar ao patrão ou à minha entidade patronal e não o contrário. 

Portanto meus amigos... cheguei a este ponto. Pior do que estou... será difícil. Então vou à procura de algo que eu goste de fazer, olha que caraças!!!
Para além disso nunca vou receber mais do que o ordenado mínimo. Assim que o Banco me apanhar a trabalhar vai-me penhorar o ordenado e portanto... é isso que recebo.
Então... assim como assim, posso tentar fazer aquilo que gosto? 
Não tenho que ser propriamente jornalista jornalista ( já faço umas coisitas nesse campo, mas não é trabalho trabalho)... porém... ao menos que faça algo relacionado com comunicação, que é o que gosto de fazer. Comunicar.
E gosto disto: de escrever.
Não preciso necessariamente de trabalhar na escrita, basta que seja... comunicar com a malta ou com quem tiver de ser, pois claro! Ou seja... já se alarga mais o leque. 
Apenas um reparo: comunicar aqui, não engloba atendimento ao público ou telefónico. Cuidado, não confundam isto. Como já disse, eu já fiz isso e é algo que não está propriamente no meu pensamento. Bom bom... vamos lá a atinar.

E toda esta conversa para voltar ao inicio e explicar que até já há estudos que comprovam que (como é evidente), as pessoas que fazem o que gostam, são muito mais felizes. Muitas delas continuam a fazê-lo para além do que é "obrigatório" e com isso... até vivem mais tempo! Vá-se lá entender isto! 

Aqui a minha questão não é a de querer viver mais anos, mas se eu estiver feliz da minha vida... porque não? (pelo menos no campo do trabalho, onde passamos a maior parte da vida).
O que me importa aqui, no artigo que li, é que se tira uma lição: quando estamos bem, até ao nível físico isso se nota, faz-nos bem, temos menos propensão a doenças e tudo e tudo e tudo. São só coisas boas. E não estou a falar daquelas doenças que fazem parte do tal número de desculpas que alguns dão para não irem trabalhar.
E essas desculpas acontecem porquê? Porque essas pessoas estão a fazer um grande sacrifício porque não gostam do que fazem! 
Simples.

Exemplos de pessoas que ainda vivem ou viveram a trabalhar naquilo que amam, a sua boa disposição e a sua longevidade:






Vejam aqui uma explicação biológica sobre este assunto. É muito interessante. Ou aqui.
São os telómeros os culpados.

E sobre este tema, o assunto está arrumado. É o meu desejo para o dia dos namorados. Ou seja, não quero namorados ou algo que o valha. Quero um trabalho que esse sim, tenha a ver comigo. 
Está dito, está dito.

Esperem pelos próximos episódios... vão ser imperdíveis: mais situações caricatas nos nossos serviços públicos e privados. 

Beijaços e abreijos!!!





Sem comentários:

Enviar um comentário