quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A PEÇA QUE FICA PARA A HISTÓRIA


Não, hoje não me vou queixar de nada... mas lá poder, podia... porque hoje tive mais uma... mas não me apetece... fica para depois...

Agora vou apenas relatar...(calma... não esfreguem já as mãozinhas, os meninos rapazes... que aqui não há relatos de futebol, porque para isso há pessoas que o fazem bem melhor do que eu. Eu é mais bolos... e outras personagens...)

Vou contar-vos uma historieta das minhas, mas desta vez sem problemas de maior... pode ser? Embora pudesse ter dado para o torto... Vejam:

A história (sim porque vão ver que isto é algo que vai ficar para a história - a minha claro) aconteceu quando deixei quinze anos de ginástica e de dança e decidi ir para a natação. Queria experimentar algo novo, sei lá... (aquele tal desporto que depois me fazia mal ao tabaco).

Ora como eram outros tempos... eu tinha mota. Quer dizer... vamos lá a ser sinceros (ou sincera, neste caso): aquilo era uma motorizada, uma DT LC, muito jeitosa, cor-de-rosinha...

E para ir dar aos braços e às pernas dentro de água, enfim... dar movimento ao corpo todo (é o desporto mais completo não é?), deslocava-me na tal da bela motorizada. 



Um dia, quando chego à piscina, sinto que falta qualquer coisa... Eu estava muito leve! Mau!!!
É que para além da mochila, eu levava o roupão à parte, num saco daqueles de cordões... do género deste da foto. 
Ora quando olho para o dito saquinho, vejo que está vazio! 
Lá no fundo, no fundo, mas mesmo no fundo... tinha apenas... um grande buraco! Olha que bonito!!!
Aquilo, ao que parece foi o tempo todo encostado ao tubo de escape e olha... zás que lá se vai o material... neste caso a peça de vestuário...


"Olha-me esta agora! Perdi o roupão pelo caminho!"

Atenção que é de referir... que o caminho era longo, numa Estrada Nacional que sempre foi bastante movimentada. 
Quem é da Margem Sul conhece-a de certeza: a (EN10) que vem de Cacilhas... em direcção à Amora (ou vice-versa). 

Ora... faço-me novamente à estrada (hein... muito boa esta frase não?) e lá fui eu, à procura do roupão perdido... mas sem esperança...
(Dizia a minha avó: "A Esperança mora ali no prédio ao lado..." e eu respondia: "Então é a última a morrer!").

Então e querem acreditar que precisamente no local de mais movimento, estava lá o roupão? No meio da estrada. Sim senhor. 

Parei e pensei cá para comigo: "E agora? Vou buscar aquilo ou deixo ficar?"

Fiquei ali a olhar para o cenário: os carros a passarem-lhe por cima, a cor a alterar de branco para preto...
... e às tantas a deixar de se entender o que era aquela "coisa".

"Bem que se lixe. Vou buscá-lo" - pensei. 
Pois... Mas como? 
Naquela altura não havia semáforos, rotundas ou lombas daquelas que agora também são passadeiras... Nada. 
Os carros passavam a alta velocidade, apesar de estarmos dentro de uma localidade... 
(Por isso antigamente morria tanta gente nesta estrada... "mas isso agora não interessa nada", como diria alguém...).

Não foi fácil, ah não não, conseguir ir até ao meio daquela via buscar o coitadito do roupão... mas ao fim de algum tempo lá consegui... 

E não é que também consegui pôr toda a gente que passava... a olhar para mim? Eu de "rabo para o ar" a tentar apanhar o que parecia um bocado de trapo ali entre os carros... Aquilo já estava colado ao chão!

Mas até consegui mais! 

Eu... euzinha... consegui que um senhor me gritasse para sair dali, que não adiantava nada tentar mandar-me para debaixo de um carro, que tudo na vida se resolve! 
- " oh menina, saia daí por favor! deixe isso, que não presta!"

E depois? 
Tive que lhe explicar a situação, porque entretanto o apavorado pôs outra senhora a dizer que ia chamar a polícia!!! 
Uma cena digna de filme, série ou telenovela (podem escolher).

Mas olha agora!!!...  Se fosse anos mais tarde até poderia pensar nisso eventualmente... mas ali ainda era no tempo que estava sempre a rir... olha para eles!!!
E se há coisa que nunca pensei foi em "enfiar-me debaixo" de um carro! 
Primeiro, a outra pessoa ia ficar com um trauma tremendo sem culpa nenhuma, e depois tenho horror a acidentes de automóvel. E não me perguntem porquê, porque nunca tive nenhum... (mas lá que assisti a muitos, muitos mesmo, isso é verdade - pode ser trauma, sabe-se lá).

Bem, o que é certo, certinho como eu estar aqui agora, é que o roupão voltou para casa "são e salvo". Dei-lhe uma boa lavagem, ficou como novo e ainda hoje perdura. Está ali no cabide da casa de banho para quem o quiser ver...

Quer dizer, como isto não está fácil... hummmm....
Se o quiserem ver, vou ter que cobrar bilhete à entrada, que isto de ter uma peça em casa com uma história destas, com precisamente 20 anos, não é para qualquer um visualizar assim sem mais nem menos...

E se calhar vai ter que ser por marcação... 
Ah pois!!! É isso!
Porque a minha vizinha não me vai facilitar a coisa se houver aqui uma fila de gente (e está claro que haveria aqui uma fila). 

Vou ver se arranjo mais peças e transformo aqui o meu espaço num museu... depois faço conferências com estas pessoas que passaram nas histórias da minha vida! Pronto. Está feito. Nova ideia para negócio para os milhares de desempregados que por aí andam!!!


Vocês também têm peças para a história?









2 comentários:

  1. Como é dificil acabar de te ler sem um sorriso, hehehe! Devias ter casado com esse roupão, "é dos rijos!"
    Essa foto na fonte quase onde acaba a estrada está de topo (que fazia aos saltos numa casal boss, boas recordações, muito boas, mas o Redleyzinho bate tudo (com e sem atacadores, heheheh)!
    Fizeste-me recordar, obrigado.

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  2. É verdade!!! Este sim, tem sido meu companheiro!!!
    Lembraste da Fonte assim?
    Na altura andava armada em "betinha"... uma grande moda lá da escola, onde quase todos eram assim... hehehe...
    Ainda bem que gostaste... decidi escrever uma coisinha mais leve... mas prepara-te que vêm aí mais "odisseias" com serviços públicos e privados... não percas os próximos capítulos!!!

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