quarta-feira, 6 de novembro de 2013

OPINIÕES VINDAS DAS BAHAMAS...


Ora bem, no Seminário de Liderança no Feminino -  Coragem para Inovar, de que vos falei ontem aqui, as temáticas a debater foram as seguintes:

1.Tecnologia e Ciência
2.Comunicação e Media
3.Economia e Finanças
4.Portugal no Mundo
5.Estado e Políticas
6.Empreendedorismo e Inovação
7.Cultura e Economia Criativa
8.Terceiro setor e Solidariedade


Eu participei no 5º Grupo. O nosso debate foi muito aceso (no sentido de todos quererem falar muito), mas houve algo que nos marcou a todos:  um professor explicou-nos tudo acerca do Orçamento de Estado. E assim, todos ficámos a saber que o OE leva 45 dias para ser apresentado e 34 minutos a ser aprovado... 


Para além disso, o OE é depois apresentado à União Europeia, mas de forma diferente, porque assim é permitido. Há subterfúgios de que o Estado se serve (porque pode), para que "a coisa" seja vista de modo diferente na UE. 
E o balanço final desse mesmo Orçamento é feito ao fim de... quatro anos!... 
O que quer dizer que, ou aquele Governo já está de saída, ou já nem está em funções... e portanto, "a pastilha" fica para os outros- os que vêm a seguir... 
Ora assim se percebe muita coisa... 
Se eu sei que hoje faço algo... e que amanhã é o meu rival que vai responder por isso... o que posso fazer?
Tirem as vossas conclusões.

Constatámos ainda no nosso grupo, que os portugueses não fazem ideia do que consta no tão falado Orçamento - a não ser quando ouvem nas notícias que vão ter mais impostos e menos dinheiro ao fim do mês. Antes da "Crise", nem se ouvia falar "nele" como agora... passava despercebido, mesmo sendo notícia nos media.

Mas o que é facto, é que nunca ninguém fica realmente a conhecer MESMO o dito OE. Embora o Governo diga que qualquer um pode consultá-lo, "porque é transparente", a verdade é que o documento tem cerca de 1200 páginas. Pois. 
E conhecendo a vida dos portugueses, o seu tempo disponível e a média de escolaridade, quem é que dos dez milhões que somos vai ler 1200 páginas, muitas delas, senão todas, praticamente incompreensíveis, a não ser para os peritos daquelas áreas? Não devem ser muitos, se é que há algum que lê. 
O documento é transparente sim, mas porque se olha para lá e é quase como estar a olhar para o nada... porque não é de fácil compreensão...

Entre as pessoas do meu grupo, estava presente uma conceituada ex-jornalista e comentadora política da praça, advogadas, um engenheiro, uma funcionária pública, entre outros. Ninguém, a não ser o dito Professor de Finanças, sabia deste processo. E cá para mim, o resto das pessoas presentes sala também não. 

Agora vem a escritora Margarida Rebelo Pinto comentar as manifestações dos portugueses e dizer que fica "profundamente triste com estas pessoas que vão tentar perturbar o trabalho do Governo"...
Bem... não faltava mais nada... A sério que ela disse isto? 

Sim... está em vídeo. Aqui.
Esta senhora já me tinha desiludido com uma crónica que escreveu em tempos a dizer que não gosta da Margem Sul... O título é “Não Gosto!”, e logo no início, a seguir a não gostar do SIS, a escritora diz “não gosto da margem sul”! E nem sequer diz porquê! Porquê? Vá... ao menos diga porquê!
E agora mais esta?!...
Eu que até achei piada aos livros dela, fiquei agora de tal forma desiludida que da minha parte não vai ter os meus belos olhos castanhos, "de encantos tamanhos"... a olhar para os seus livrinhos.

Mas o que é isto? Acha que 20 euros é um valor razoável para se pagar numa urgência de um hospital? Para ela talvez... mas para milhares de portugueses esse é um valor bastante elevado não? 
"É uma grande máquina que custa dinheiro?"
Eu não tenho nenhuma solução milagrosa, mas sei ver o que é ou não incomportável para a maioria dos portugueses!
Eu pagava valores como esse quando vivi na Bélgica (país diferente em muitas coisas), mas o seguro reembolsava-me uma parte! Os hospitais de lá são privados e cada um faz um seguro conforme as suas possibilidades, mas não são valores exorbitantes (uma média de 10/12€ os mais baratos). Mas cá, tudo isso faz diferença ao bolso dos portugueses! Da maioria, claro... porque depois há estes assim como a Margarida...

A classe média desapareceu. Os pobres ainda têm direito à isenção e os ricos nem sequer se dirigem a hospitais públicos porque podem pagar muito mais. Restam os da classe média, que já se vê confrontada com tantos cortes, não tem benefícios ou isenções e ainda tem que pagar tudo e mais alguma coisa!
Esta menina Margarida (que ainda por cima é um nome que eu gosto e daria a uma filha, se a tivesse), deve estar tontinha e não é de todo a pessoa indicada para debater temas destes, está visto. Esta pessoa não está bem!

Faz-me lembrar uma outra... no tal Seminário... que se começou a queixar dos cortes que o pai teve na reforma de 10.000 euros mensais! Mas o que é isto senhores?
Um amigo meu diz que olhou para a minha cara e que eu parecia pronta para lhe bater.
Pudera! Isto só pode ser a gozar! Reforma de 10.000€? 
...Na volta, o pai daquela pessoa é um daqueles indignados que formou um grupo de ricaços contra os cortes aqui há uns tempos... e que levaram uma "rebocada" do povo...
Aquilo revoltou-me, mas tive que me conter... não era esse o tema do debate...

Qualquer dia não vamos conseguir comunicar uns com os outros, porque esta gente não entende o comum dos portugueses! E como vão haver só ricos e pobres... vai haver um fosso grande na comunicação! E como os ricos é que governam isto... imaginem o país que vamos ter... 
Estas pessoas que falam assim têm a certeza que sabem que estão em Portugal?
Eu cá acho que foram às Bahamas e ainda de lá não voltaram...
Estas pessoas sim, podiam emigrar...  porque estão a viver à custa da pobreza de outros e não acredito que tenham o seu dinheirinho no nosso país! Portanto, não me parece que façam cá falta. Antes pelo contrário...

E se sofreram cortes... aproveitassem bem os 10.000€ quando os tinham! Qual será o seu problema? Menos umas capas para os sapatos? Nem sequer vão ao sapateiro! Deitam fora e compram novos!...

Enfim... isto é o ridículo em que se está a transformar a nossa sociedade...

A minha esperança é acreditar nos mais jovens e pensar que eles vão conseguir mudar isto, já que a nossa geração está mais que desgastada com tanta injustiça. Isto porque acredito também que os mais jovens não são todos como aqueles da "Casa dos Segredos", que não sabem quando foi implantada a República, ou quando entrámos para a CEE. E isto... porque tenho tido a sorte de encontrar jovens muito "ricos" intelectualmente e cuja "Crise" para eles, é algo natural, pois não conheceram outra forma de estar na vida. Não se lembram. Assim, habituaram-se a lutar pelo que querem, sem serem "coitadinhos"... e porque estão com a sua força ainda no auge.

Nós, dos trintas e dos quarentas, estamos cansados, desgastados, num beco sem saída, porque estivémos muito tempo a viver uma ilusão. Tiraram-nos a vontade... daí estarmos impávidos e serenos... 
Por isso quando alguém se manifesta... é isto.





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