quarta-feira, 27 de novembro de 2013

ESCREVER COM REGRAS



Quão difícil é escrever com limitações...

Ao menos aqui digo o que me apetece, mais correcto, menos correcto, com um amigo a chamar-me a atenção porque sou demasiado transparente... 
Mas é assim que eu sou e sempre fui... e para quem nunca me viu, posso dizer que mesmo a minha cara é transparente. Toda a gente nota quando estou triste, preocupada, enervada, alegre, feliz e por aí fora... sempre foi assim. E isto na escrita... é igual. 
Mas isso não quer dizer que seja necessariamente bom. Como jornalista não posso deixar que a minha opinião transpareça, tenho que ter cuidado com as palavras e com tudo o que digo. E isso meus amigos, é muito difícil. 
Para além disso, um jornalista tem que ser comedido e transmitir o máximo de informação no menor tempo possível e em poucas palavras...
Não pensem que é fácil. É por isso que há cursos. Há que aprender uma série de coisas, de mecanismos, de simbologia. Não se pense que é fácil. Mas não nos ensinam a escrever. Isso é algo que ou se tem, ou não se tem. Mesmo assim, por vezes ainda dou com alguns erros de gramática por aí.


Então e isto vem a propósito do quê?
De um artigo que acabei de escrever. 
Às vezes, como em qualquer trabalho, temos que fazer coisas que gostamos menos e outras vezes adoramos o que nos é proposto fazer. 
Eu mesmo assim, e porque não o faço a tempo inteiro, tenho a sorte de quase sempre fazer o que gosto. Sou eu que proponho os meus trabalhos e por incrível que pareça, têm sido sempre aceites. 
Quando estive a tempo inteiro tive que fazer coisas que não me agradaram muito, mas é óbvio que é mesmo assim e tem de ser assim. 

Então, nestes últimos dias fui entrevistar alguém de quem gosto imenso. Embora eu já conhecesse algum do seu trabalho, esta pessoa era alguém praticamente desconhecida do público. Agora, através de um programa televisivo mediático, passou a ser, em poucos dias, um dos ídolos de muitos portugueses. 
Falámos tanto, mas tanto... e no fim... posso dizer tão pouco... 
Não porque me proíbam de falar, mas porque a comunicação social é mesmo assim. Na televisão há pouco tempo, na rádio "idem idem, aspas aspas" e na imprensa escrita, poucas páginas. 
Posso dizer-vos que toda a conversa transcrita para o papel, ocupa nada mais nada menos do que 18 páginas. Ora como é evidente, ninguém no seu juízo normal, vai publicar tanta conversa! Nem mesmo eu, a não ser que fosse um livro. E aí ainda acrescentava mais umas quantas...

Mas tenho pena, porque ficam coisas por se saber. Umas mais interessantes do que outras, é certo, mas por vezes gostaria de dar a conhecer muito mais acerca de algumas pessoas e acredite-se ou não, sem ter que explorar assuntos mais pessoais e devastar a vida de alguém.
E neste caso, muito eu gostaria de contar mais... mas não foi possível. 

Mas é assim. Resta-me por vezes, manter o contacto com essas pessoas que adoro conhecer através do meu trabalho. E diga-se, em abono da verdade, que isso tem acontecido muitas vezes, felizmente!

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