Já aqui vos falei acerca daquilo que eu acho bom acerca do
Facebook: tem coisas más, mas também tem boas ok? Como tudo na vida.
E foi mesmo nessa rede social que, já nem me lembro a
que propósito, comecei a falar com a Ana D.
Comentámos o mesmo assunto, palavra puxa palavra, acho
que o sentimento foi recíproco e engraçámos uma com a outra.
Pois é. O Facebook serve para muita coisa, não é só
para o "engate" senhores homens.
Há outras coisas para além disso. Há vida para além
disso! É verdade!
Também já não me recordo como (desculpa Ana D.), mas como éramos
praticamente vizinhas, acabámos por nos encontrar pessoalmente e assim conheci
mais outras quantas amigas. São pessoas de quem eu gosto muito ainda hoje,
apesar de estarmos um pouco mais distantes ultimamente.
Quando estávamos todas juntas era tão divertido, que acabámos por
combinar um fim-de-semana só de mulheres, fora daqui.
Epá... ia ser fantástico! Só nós, sem homens, sem
crianças, sem preocupações, a não ser as nossas. Não ia haver discussões por
causa das meias espalhadas pelo chão, ou com os miúdos que não querem beber o
leite, ou porque os adolescentes acham tudo "fatela".
A Ana D. tem um amigo que nos fez um preço especial
para irmos passar uns dias à sua propriedade em Marialva, transformada para a
actividade de turismo rural.
Como outras pessoas já têm feito (quem me dera a mim
ter um sítio para fazer o mesmo), ele recuperou uma casa antiga. Ficou tudo
muito giro, confortável e acolhedor, sem perder o "ar" de campo.
E assim foi. Combinámos tudo e lá fomos nós, numa carrinha de
7 ou 9 lugares(?), também propriedade do anfitrião.
Sete mulheres saíram daqui para fora, para irem dar um
arzinho da sua graça noutras paragens.
E eu esmerei-me!
Como estávamos perto da Régua, o nosso anfitrião
levou-nos a ver o Rio Douro. E como? Numa espectacular viagem de comboio pela
famosa linha do TUA!
Mal eu sabia o que me esperava!...
Para começar, quando chegámos à estação do Pocinho,
fomos informados que os horários tinham sido alterados. Mas estávamos com
sorte. Ainda ia haver mais um comboio naquele dia, portanto, apesar de termos
que esperar mais tempo do que estava previsto nas nossas contas, estávamos cheias
de estrelinhas por cima das nossas lindas cabecinhas.
Aproveitámos para ir ao café beber qualquer coisa.
Estava muito calor naquele dia e embora já fosse final de tarde, não se
aguentava.
O anfitrião entretanto, encontrou um casal lá de
Marialva, que também vive nos arredores daqui da capital, mas que teve ideia
igual à nossa. Foram de fim-de-semana e iam fazer a viagem com os dois filhos,
um rapazinho e uma rapariguita com idades entre os 9, 12 anos, mais coisa menos
coisa.
Esperaram connosco pelo comboio e estivémos em amena
cavaqueira.
É giro ver as pessoas todas empolgadas para irem
naquela viagem. É como se estivéssemos num parque de diversões onde está tudo à
espera do momento de entrar naquela maravilhosa diversão. Assim que o comboio
chega, é uma azáfama. Ninguém o quer perder.
No início da viagem, ficámos quase de boca aberta com a beleza daquele
local. É realmente algo de espectacular, circular numa linha que fica à beira
do Rio Douro, com uma paisagem que mais parece tirada de um quadro.
Pouco depois entra um grupo de rapazes carruagem a
dentro.
Até hoje estou para perceber donde é que vierem, se
eram de alguma Tuna Académica, ou porque é que iam todos contentes a tocar,
cantar e dançar para todos os outros passageiros.
Ao que parece não tiveram grande sucesso nas outras
carruagens. A outra malta devia ir chateada, com certeza, sei lá.
Mas na nossa carruagem tudo mudou de figura e a
começar por nós, o grupos das 6 mulheres, toda a gente entrou na brincadeira e
começou a cantar também. Eu então... nem queiram saber!
Já ninguém quis saber da paisagem. Ora era fotos, ou
dança, ou cantoria, lá íamos nós todas pimponas e alegres.
O grupo de cantares não-sei-de-onde, claro está, já
nem saiu mais dali!
Pudera! Ali é que estava o público perfeito!
Eis senão quando, o nosso anfitrião decide sair numa das paragens do
comboio. Eu cá, ia tão pimpona nas cantorias, que o vi a ele e a elas a saírem
dos lugares, mas achei que iam só ali e já vinham. Ou que até iam para ao pé da
porta para dançarem mais à vontade.
Mas não. Qual quê? Saíram de rompante.
Foi quando um jovem do grupo das cantorias me disse:
"as suas amigas estão a sair! Depressa!"
"Depressa?" Então? O que foi? Alguém lhe deu uma travadinha
e quis ir dançar para o apeadeiro?
Sim, aquilo nem era uma estação, era mesmo um
apeadeiro.
Peguei na mala e fui o mais depressa que pude, por
entre a maltinha do grupo dos cantantes, para a porta da carruagem. Mas quê?
Já só as vi a elas e a ele da parte de fora ... e eu
dentro do comboio já a andar.
Pronto. Deu-me tempo de dizer adeus oh vai-te embora e
mais nada!
Fiquei no comboio.
Pensei: "Ai é? Então agora esperem por mim que eu
saio na próxima e depois volto para trás!"
Pois. Mas a próxima, era afinal a paragem até onde
tínhamos combinado ir, em Peso da Régua. O comboio seguia mas nós ficávamos e
voltávamos para trás.
Bem, a malta do coro ficou
preocupada comigo, mas eu não! Achei que era fácil. Era só deixar o trem na
paragem seguinte e apanhar outro de volta. "No problem!"
Estava toda a gente preocupada comigo, mas eu disse
que não se preocupassem, que já sou crescidinha e tal... ainda armada em
pimpona.
Contei o sucedido ao "pica-bilhetes" quando
ele apareceu, quase no fim.
Engraçado... ali compra-se o bilhete dentro do comboio,
quando vem o rapazinho, que demora quase toda a linha do TUA a chegar às
carruagens da frente. Portanto, se tivesse saído com as minhas lindas pimponas,
eu não tinha sequer pago o bilhete!
Antes de chegar a Peso da Régua, ainda houve tentativas de comunicação
por telemóvel, mas as redes de telecomunicações por ali são uma desgraça. Ou
nem se consegue fazer chamadas, ou ouve-se "Peso...
espera...voltas.." e por aí fora. Mas lá entendi que quando eu saísse em
Peso da Régua, que o tal casal com quem tínhamos estado antes, iria ter comigo
e voltávamos todos juntos à base.
Ok. Nada de mais. Continuei a cantar, toda fanfarrona.
Pois... tá bem, tá bem...
Quando saí em Peso da Régua, perguntei ao rapazinho
cobrador-de-bilhetes em que linha eu esperava pelo comboio de volta. Ele
respondeu: "espere aqui mesmo, que quando este comboio partir, aparece o
outro que vem de volta".
Ok! A banda-do-casaco também saiu ali e um
dos rapazes ficou comigo, preocupado com a situação.
Entretanto aparece o tal casal com os miúdos...
(Não
percam o próximo capítulo - a continuação da saga de Anita no comboio do
TUA. Amanhã há mais!Será que Anita vai conseguir apanhar o comboio de
volta? É o que veremos no próximo episódio!)
lol... deviamos de repetir... mas claro, sem perderes os comboio!!! Ahhhh pois é... perdeste foi a estação!
ResponderEliminarÉ uma questão de pensarmos noutro local sem comboio!!!
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