sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

ANITA NO COMBOIO DO TUA




Já aqui vos falei acerca daquilo que eu acho bom acerca do Facebook: tem coisas más, mas também tem boas ok? Como tudo na vida.
E foi mesmo nessa rede social que, já nem me lembro a que propósito, comecei a falar com a Ana D.
Comentámos o mesmo assunto, palavra puxa palavra, acho que o sentimento foi recíproco e engraçámos uma com a outra.
Pois é. O Facebook serve para muita coisa, não é só para o "engate" senhores homens.
Há outras coisas para além disso. Há vida para além disso! É verdade!

Também já não me recordo como (desculpa Ana D.), mas como éramos praticamente vizinhas, acabámos por nos encontrar pessoalmente e assim conheci mais outras quantas amigas. São pessoas de quem eu gosto muito ainda hoje, apesar de estarmos um pouco mais distantes ultimamente.


Quando estávamos todas juntas era tão divertido, que acabámos por combinar um fim-de-semana só de mulheres, fora daqui.
Epá... ia ser fantástico! Só nós, sem homens, sem crianças, sem preocupações, a não ser as nossas. Não ia haver discussões por causa das meias espalhadas pelo chão, ou com os miúdos que não querem beber o leite, ou porque os adolescentes acham tudo "fatela".
A Ana D. tem um amigo que nos fez um preço especial para irmos passar uns dias à sua propriedade em Marialva, transformada para a actividade de turismo rural. 
Como outras pessoas já têm feito (quem me dera a mim ter um sítio para fazer o mesmo), ele recuperou uma casa antiga. Ficou tudo muito giro, confortável e acolhedor, sem perder o "ar" de campo.

E assim foi. Combinámos tudo e lá fomos nós, numa carrinha de 7 ou 9 lugares(?), também propriedade do anfitrião.
Sete mulheres saíram daqui para fora, para irem dar um arzinho da sua graça noutras paragens.
E eu esmerei-me!
Como estávamos perto da Régua, o nosso anfitrião levou-nos a ver o Rio Douro. E como? Numa espectacular viagem de comboio pela famosa linha do TUA!

Mal eu sabia o que me esperava!...
Para começar, quando chegámos à estação do Pocinho, fomos informados que os horários tinham sido alterados. Mas estávamos com sorte. Ainda ia haver mais um comboio naquele dia, portanto, apesar de termos que esperar mais tempo do que estava previsto nas nossas contas, estávamos cheias de estrelinhas por cima das nossas lindas cabecinhas.
Aproveitámos para ir ao café beber qualquer coisa. Estava muito calor naquele dia e embora já fosse final de tarde, não se aguentava.
O anfitrião entretanto, encontrou um casal lá de Marialva, que também vive nos arredores daqui da capital, mas que teve ideia igual à nossa. Foram de fim-de-semana e iam fazer a viagem com os dois filhos, um rapazinho e uma rapariguita com idades entre os 9, 12 anos, mais coisa menos coisa.
Esperaram connosco pelo comboio e estivémos em amena cavaqueira.
É giro ver as pessoas todas empolgadas para irem naquela viagem. É como se estivéssemos num parque de diversões onde está tudo à espera do momento de entrar naquela maravilhosa diversão. Assim que o comboio chega, é uma azáfama. Ninguém o quer perder.

No início da viagem, ficámos quase de boca aberta com a beleza daquele local. É realmente algo de espectacular, circular numa linha que fica à beira do Rio Douro, com uma paisagem que mais parece tirada de um quadro.

Pouco depois entra um grupo de rapazes carruagem a dentro. 
Até hoje estou para perceber donde é que vierem, se eram de alguma Tuna Académica, ou porque é que iam todos contentes a tocar, cantar e dançar para todos os outros passageiros.
Ao que parece não tiveram grande sucesso nas outras carruagens. A outra malta devia ir chateada, com certeza, sei lá.
Mas na nossa carruagem tudo mudou de figura e a começar por nós, o grupos das 6 mulheres, toda a gente entrou na brincadeira e começou a cantar também. Eu então... nem queiram saber!
Já ninguém quis saber da paisagem. Ora era fotos, ou dança, ou cantoria, lá íamos nós todas pimponas e alegres.
O grupo de cantares não-sei-de-onde, claro está, já nem saiu mais dali!
Pudera! Ali é que estava o público perfeito!

Eis senão quando, o nosso anfitrião decide sair numa das paragens do comboio. Eu cá, ia tão pimpona nas cantorias, que o vi a ele e a elas a saírem dos lugares, mas achei que iam só ali e já vinham. Ou que até iam para ao pé da porta para dançarem mais à vontade.
Mas não. Qual quê? Saíram de rompante. 
Foi quando um jovem do grupo das cantorias me disse: "as suas amigas estão a sair! Depressa!"

"Depressa?" Então? O que foi? Alguém lhe deu uma travadinha e quis ir dançar para o apeadeiro? 
Sim, aquilo nem era uma estação, era mesmo um apeadeiro.
Peguei na mala e fui o mais depressa que pude, por entre a maltinha do grupo dos cantantes, para a porta da carruagem. Mas quê?
Já só as vi a elas e a ele da parte de fora ... e eu dentro do comboio já a andar.
Pronto. Deu-me tempo de dizer adeus oh vai-te embora e mais nada!
Fiquei no comboio. 
Pensei: "Ai é? Então agora esperem por mim que eu saio na próxima e depois volto para trás!"
Pois. Mas a próxima, era afinal a paragem até onde tínhamos combinado ir, em Peso da Régua. O comboio seguia mas nós ficávamos e voltávamos para trás.

Bem, a malta do coro ficou preocupada comigo, mas eu não! Achei que era fácil. Era só deixar o trem na paragem seguinte e apanhar outro de volta. "No problem!"
Estava toda a gente preocupada comigo, mas eu disse que não se preocupassem, que já sou crescidinha e tal... ainda armada em pimpona.
Contei o sucedido ao "pica-bilhetes" quando ele apareceu, quase no fim.
Engraçado... ali compra-se o bilhete dentro do comboio, quando vem o rapazinho, que demora quase toda a linha do TUA a chegar às carruagens da frente. Portanto, se tivesse saído com as minhas lindas pimponas, eu não tinha sequer pago o bilhete!

Antes de chegar a Peso da Régua, ainda houve tentativas de comunicação por telemóvel, mas as redes de telecomunicações por ali são uma desgraça. Ou nem se consegue fazer chamadas, ou ouve-se "Peso... espera...voltas.." e por aí fora. Mas lá entendi que quando eu saísse em Peso da Régua, que o tal casal com quem tínhamos estado antes, iria ter comigo e voltávamos todos juntos à base.
Ok. Nada de mais. Continuei a cantar, toda fanfarrona.
Pois... tá bem, tá bem...
Quando saí em Peso da Régua, perguntei ao rapazinho cobrador-de-bilhetes em que linha eu esperava pelo comboio de volta. Ele respondeu: "espere aqui mesmo, que quando este comboio partir, aparece o outro que vem de volta".
Ok! A banda-do-casaco também saiu ali e um dos rapazes ficou comigo, preocupado com a situação.
Entretanto aparece o tal casal com os miúdos...

(Não percam o próximo capítulo - a continuação da saga de Anita no comboio do TUA. Amanhã há mais!Será que Anita vai conseguir apanhar o comboio de volta? É o que veremos no próximo episódio!)


2 comentários:

  1. lol... deviamos de repetir... mas claro, sem perderes os comboio!!! Ahhhh pois é... perdeste foi a estação!

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  2. É uma questão de pensarmos noutro local sem comboio!!!

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